tag:blogger.com,1999:blog-70910132035531586972024-03-21T12:53:18.960-03:00Ritmo e subjetividade música e produção de subjetividade. e etc. também.Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.comBlogger35125tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-62198451282836756122021-06-26T19:09:00.003-03:002021-06-26T19:09:26.510-03:00 Quem tá sem não tem também<p style="text-align: center;"><br /></p><p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; white-space: pre-wrap;">A Big Farma sempre se fez presente lá em casa. Nasci de cesárea e muita droga para grávida minha mãe tomou e tomei também um monte de remédio e meu pai bebia café, aguardente e fumava charuto sem parar e eu falava sem parar que a casa era um enorme cinzeiro, cheio de cinza pra todo lado e para piorar a empregada era negra e obrigada a limpar toda aquela merda. Por pouco, não me deram um nome de cachaça. Maconha nunca fumei, nem um trago. Só o cheiro já me enjoa de longe. Tenho certo medo daquele povo. Rapé prefiro bem mais. Gosto também do chá do cipó das almas, de alfarroba e de chocolate Lindt. Vi muita tevê esses tempos e me falta traquejo social. Novo normal. Bebo refrigerante desde os dois anos de idade, já sei escrever meu nome sem titubear e meu vocabulário melhora a cada dia. Ao menos foi o que disse o psicomotricista da semana passada. Sou um artista. Maldito corretor! Eu quis dizer que sou um artista. Afe, máquina irritante, eu sou um artista. Hm... Vamos ficar só com a parte então em que eu falo das drogas, deixando de lado a que tento falar sobre artismo (corretor doentio! mais maluco que eu!). Tomei LSD pela primeira vez aos oito anos, numa tatuagem que vinha numa bala que eu comprava na escola. Disseram que foram os comunistas que implantaram LSD nas tatuagens e eu já era amigo de três deles e posso garantir que nenhum dos acusados era de fato um bicho-grilo. Me pareceu mais o contrário; eles estavam bem preocupados em como se organizar, como organizar isso e aquilo, como organizar o partido, partir o organizado, ligar e separar, etc.</span></p><span id="docs-internal-guid-8a30ce83-7fff-b6d9-4588-2ae1b3adaaa7"><p dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 10pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Agora já não tenho mais tempo para esses velhos amigos. Metade foi preso, a outra metade ainda espera. O mais criativo são as acusações: estelionato, desacato, passagem ao ato e outros acordes dissonantes… Tudo gente boa querendo coisa boa pra gente toda, mas tudo também meio sonhador, sem noção do perigo, achando que se tá aí pra coisas boas nessa vida, afe, cansei... Meu lance tem sido mais o de matar aula. Faço isso umas três a quatro vezes por semana e já sei como economizar a grana do meu pai e depois meter um processo naquele professor novato, louco e inseguro pra ver se ele me passa um trabalho no qual eu só precise escrever meu nome (aprendi com os broda). </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 10pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Bem, estou cansado de falar de mim, então vamos falar dessas coisas que estão aqui. Deixa eu ver... Não... Não... Ah, sim. Bem, essa aqui tem o lance que... Ah, sim, meu próprio cigarro! Sim! Deixa só contar essa. Decidi um dia que iria ter meu próprio cigarro e daí a Luzia chegou e disse bem que eu estava mentindo e que meu pai nem tinha dinheiro nenhum do mundo pra me fazer de presente, que só se eu roubasse. Daí bem falei pra ela assim: "cocada é uma parada, quem manda na minha bocada é tricotada". Primeiro ela riu muito. Depois me agarrou pela sobrancelha, meteu os dentes no meu nariz e gritou pra nunca mais falar uma titica dessas. Por isso que leio Crumb. E olha que eu só queria puxar assunto pra pedir um Trident que eu vi que ela tava guardando junto ali com a cigarreira dela. Agora fico eu e este bafo horroroso de glutamato vencido...</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 10pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A lição é indiscutível: quem tá sem não tem também.</span></p></span><br class="Apple-interchange-newline" />Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-45175548519080702172016-05-08T19:40:00.001-03:002016-05-08T22:15:51.160-03:00Como selecionar música para ser ouvida sob efeito de LSD, por alguém cujo trabalho é esse (TRADUÇÃO LIVRE)<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Escrito por Victoria Turk, publicado em <a href="http://motherboard.vice.com/en_ca/read/how-to-pick-music-for-people-on-lsd-from-a-scientist-whose-job-that-is">Motherboard</a> e traduzido por Sandro Rodrigues</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Desde o apogeu
da contracultura dos anos 1960, o LSD tem sido intimamente associado à música.
Mas não são somente as tendências artísticas que os associam: pesquisadores
descobriram que ouvir música pode de fato afetar a experiência com LSD em um
nível neurológico – e eles possuem mapeamentos cerebrais para apoiar essa
ideia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Mendel Kaelen,
que está realizando seu PhD em neurociências na Imperial College, conduziu
diversos estudos que investigam a influência combinada de música e drogas
psicodélicas em estudos com humanos. Um dos desafios? A escolha da música.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Em estudos
recentes, tem sido responsabilidade de Kaelen (dentre outras coisas) conceber a
lista de reprodução perfeita para uma viagem psicodélica cientificamente
conduzida de acordo com rigorosos requisitos de pesquisa – uma tarefa que
requer tanto uma sensibilidade criativa quanto um respeito pelo rigoroso quadro
de procedimentos científicos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Ele explicou
que a necessidade de incluir música nesses estudos é confirmada diretamente
pelo crescente interesse em estudar drogas psicodélicas e determinar como elas
poderiam ser usadas em terapia: um dos principais objetivos da equipe do
Imperial College com estas substâncias é explorar como elas poderiam ser
utilizadas para ajudar a tratar transtornos mentais como a depressão.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUaozPy4E6BGgE1r5YdYAkEPAZyarnx7rOaHndJ0DwAP2tLBvR6-L3YeW-T0XMpBP0EfaeYXBQsIHGG0PENUcTorqhjtSLLaxFhwlx5KI0B1IeW43OaQlSugye70SFJ9mGCepMfnZ8Dg4/s1600/mendel+kaelen.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #cfe2f3;"><img border="0" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUaozPy4E6BGgE1r5YdYAkEPAZyarnx7rOaHndJ0DwAP2tLBvR6-L3YeW-T0XMpBP0EfaeYXBQsIHGG0PENUcTorqhjtSLLaxFhwlx5KI0B1IeW43OaQlSugye70SFJ9mGCepMfnZ8Dg4/s320/mendel+kaelen.jpg" width="320" /></span></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 8.0pt; line-height: 115%;"><span style="color: #cfe2f3;">Mendel Kaelen. Por Mendel Kaelen.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">A ideia de
incorporar música na terapia psicodélica não é nova; foi um ponto de grande
interesse para musicoterapeutas na década de 1960. Mas Kaelen está tentando
fundamentá-la numa estrutura científica sólida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">"Se você
olhar para estes ensaios clínicos agora, todos eles, sem exceção, usam a música
como parte do modelo de terapia", disse ele em uma entrevista por
telefone. "Se a música desempenha um papel tão importante no método
terapêutico, é preciso fazer muitas perguntas científicas importantes
relacionadas a isso, a fim de realmente fazer avançar o campo - para assegurar
de que realmente temos uma compreensão empírica do papel da música no trabalho
terapêutico".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Falei com
Kaelen sobre sua pesquisa acerca dos efeitos da música na experiência
psicodélica (e vice-versa), sobre como isso poderia contribuir para o uso
terapêutico dessas substâncias e, o mais importante, como ele seleciona músicas
para tais situações incomuns.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #cfe2f3;">* * *<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Antes que
possamos imaginar terapeutas dando LSD e um par de fones-de-ouvido para
pacientes, é importante estabelecermos alguns fatos básicos sobre os efeitos
combinados de música com psicodélicos. Em um estudo piloto, publicado ano
passado na revista <i><a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26257162">Psychopharmacology</a></i>,
Kaelen e seus colegas de pesquisa voltaram ao básico e testaram uma hipótese
simples, inspirada na psicoterapia dos anos 1950 e 1960: o uso de psicodélicos
intensifica a resposta emocional à música?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">No estudo, dez
voluntários ouviram cinco faixas instrumentais em duas ocasiões. Na primeira,
eles receberam um placebo; na segunda, foi-lhes dado o LSD.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Mas qual
música é apropriada para avaliar as respostas emocionais ao ácido? Os
participantes ouviram duas listas de reprodução diferentes, cuja “potência
emocional” foi equilibrada com base em avaliações anteriores de um grupo
separado de pessoas. As faixas selecionadas estavam entre aquelas consideradas
mais simpáticas e menos familiares – Kaelen explicou que a familiaridade de uma
faixa poderia influenciar a resposta emocional das pessoas: “se a música for
muito familiar, isso pode reduzir a possibilidade de se ter uma experiência
nova, uma vez que você já teve experiência com essa canção antes em sua vida”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #cfe2f3;"><iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/l50rxRzqPUY/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/l50rxRzqPUY?feature=player_embedded" width="320"></iframe></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Ambas as
listas resultantes incluem faixas neo-clássicas e de <i>ambient music</i>, dos artistas Brian McBride, Ólafur Arnalds, Arve
Henriksen e Greg Haines. Kaelen disse que Haines, um compositor britânico, foi uma
escolha popular – ele tem utilizado suas faixas em vários estudos: “sua música
simplesmente foi apontada por vezes e vezes como favorita”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Os
participantes do estudo em resposta emocional foram solicitados a classificar,
em uma escala de 1 a 100, o quão emocionalmente afetados eles foram pelas
músicas ouvidas, além de preencherem um questionário conhecido como <a href="http://www.zentnerlab.com/psychological-tests/geneva-emotional-music-scales">GEMS-9</a>,
que os solicitava a dar uma nota para diferentes tipos de resposta emocional à
música, tais como tranquilidade ou tensão. Os pesquisadores constataram que os
participantes relatavam uma resposta emocional à música significativamente mais
elevada quando eles ingeriam LSD e que as emoções relacionadas à “maravilha”,
“transcendência”, “ternura” e “poder” foram particularmente aumentadas.<o:p></o:p></span></div>
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoTableGrid" style="border-collapse: collapse; border: none; mso-border-insideh: none; mso-border-insidev: none; mso-padding-alt: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-table-layout-alt: fixed; mso-yfti-tbllook: 1184;">
<tbody>
<tr style="height: 160.95pt; mso-yfti-firstrow: yes; mso-yfti-irow: 0; mso-yfti-lastrow: yes;">
<td style="height: 160.95pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 232.2pt;" valign="top" width="310"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ1ZSqV5yZ0ScX1aqwnFkt39X_yP2ZkxRz9XUqRVp4Q11_-VGwGJbw1Z5-lxii8_G2cJJvx1p5eMeDrQFvFPeweioM6gVHt9iqLqyPBb_iIiXwIHkgaNtVbRJFlybcy3wv0GRi2-tKmvk/s1600/grafico_artigo_como_selecionar_musica.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #cfe2f3;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ1ZSqV5yZ0ScX1aqwnFkt39X_yP2ZkxRz9XUqRVp4Q11_-VGwGJbw1Z5-lxii8_G2cJJvx1p5eMeDrQFvFPeweioM6gVHt9iqLqyPBb_iIiXwIHkgaNtVbRJFlybcy3wv0GRi2-tKmvk/s320/grafico_artigo_como_selecionar_musica.png" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<!--[if gte vml 1]><v:shapetype id="_x0000_t75"
coordsize="21600,21600" o:spt="75" o:preferrelative="t" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe"
filled="f" stroked="f">
<v:stroke joinstyle="miter"/>
<v:formulas>
<v:f eqn="if lineDrawn pixelLineWidth 0"/>
<v:f eqn="sum @0 1 0"/>
<v:f eqn="sum 0 0 @1"/>
<v:f eqn="prod @2 1 2"/>
<v:f eqn="prod @3 21600 pixelWidth"/>
<v:f eqn="prod @3 21600 pixelHeight"/>
<v:f eqn="sum @0 0 1"/>
<v:f eqn="prod @6 1 2"/>
<v:f eqn="prod @7 21600 pixelWidth"/>
<v:f eqn="sum @8 21600 0"/>
<v:f eqn="prod @7 21600 pixelHeight"/>
<v:f eqn="sum @10 21600 0"/>
</v:formulas>
<v:path o:extrusionok="f" gradientshapeok="t" o:connecttype="rect"/>
<o:lock v:ext="edit" aspectratio="t"/>
</v:shapetype><v:shape id="Imagem_x0020_1" o:spid="_x0000_i1027" type="#_x0000_t75"
style='width:228pt;height:160.5pt;visibility:visible;mso-wrap-style:square'>
<v:imagedata src="file:///C:\Users\dell\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.png"
o:title=""/>
</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--><span style="color: #cfe2f3;"><o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="height: 160.95pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 201.7pt;" valign="top" width="269"><div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 8.0pt; line-height: 115%;"><span style="color: #cfe2f3;">O
gráfico mostra as classificações médias para diferentes emoções evocadas pela
música quando sob efeito do placebo e do LSD. Eles marcaram cada emoção maior
com o LSD. Imagem: M. Karlen et al, Psychopharmacology.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Eles concluem
que sua descoberta "reforça a suposição de longa data de que a música
assume uma qualidade e um significado intensificados sob a influência de drogas
psicodélicas" e que isso poderia ser útil para aplicações terapêuticas. Eles
acrescentam que, muitas vezes, os sentimentos de transcendência e maravilha são
avaliados como favorecedores de experiências "espirituais" e que,
portanto, a combinação de música com LSD pode provocar este tipo de viagem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #cfe2f3;">* * *<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">A experiência
subjetiva dos participantes tem valor, mas Kaelen e seus colegas usaram também estudos
de neuroimagem para explorar a relação entre música e LSD no cérebro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Na sequência
do estudo-piloto, Kaelen se envolveu com um estudo inovador que utilizou
rastreamentos fMRI e MEG para mapear pela primeira vez o <a href="http://motherboard.vice.com/read/for-the-first-time-scientists-have-imaged-the-brain-on-lsd">cérebro sob efeito de LSD</a>.
Vinte voluntários foram injetados com 75 microgramas de LSD (e, em outra
ocasião, um placebo) e tiveram seus cérebros escaneados. A pesquisa favoreceu <i>insights</i> sobre alucinações visuais e
mudanças na consciência associados com viagens psicodélicas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Durante este
mesmo estudo, os participantes passaram por períodos de silêncio e períodos de audição
musical, enquanto estavam no scanner fMRI. Em seguida, respondiam a perguntas
sobre seu humor e qualquer experiência visual que eles experimentassem (eles ficavam
de olhos fechados). Os pesquisadores descobriram uma ligação entre a música e o
tipo de visões das pessoas quando sob efeito de LSD.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">O estudo,
publicado no <a href="http://www.europeanneuropsychopharmacology.com/article/S0924-977X(16)30016-5/abstract">European Neuropsychopharmacology</a>,
descobriu que o fluxo de informação entre o córtex parahipocampal - que tem
sido ligado à memória - e o córtex visual foi reduzido sob LSD. Mas, com a
música, a comunicação entre essas duas áreas aumentou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy3NEODknEUUk1KEuMOYVSZqg-XQajuoT3UYizkxZKv21mkhbDmIrGjE82dOEQ6lau_gibv5eJ2DasuLbmLvCe7Wi3Vb4p0u9D2e6xn2NFOkdhoeH4CgqL0uYo3vFIf2lFzAh7geoN2I0/s1600/grafico_artigo_como_selecionar_musica2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #cfe2f3;"><img border="0" height="135" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy3NEODknEUUk1KEuMOYVSZqg-XQajuoT3UYizkxZKv21mkhbDmIrGjE82dOEQ6lau_gibv5eJ2DasuLbmLvCe7Wi3Vb4p0u9D2e6xn2NFOkdhoeH4CgqL0uYo3vFIf2lFzAh7geoN2I0/s320/grafico_artigo_como_selecionar_musica2.png" width="320" /></span></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 8.0pt; line-height: 115%;"><span style="color: #cfe2f3;">As zonas em amarelo aumentaram a ligação com o
parahipocampo. Atinge o máximo com LSD e música, em seguida LSD sem música e,
por fim, placebo com música. Imagem: M. Kaelen et al, European
Neuropsychopharmacology.<o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 8.0pt; line-height: 115%;"><span style="color: #cfe2f3;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">É importante
indicar que a magnitude deste efeito está correlacionada com pessoas que relataram
visões mais complexas, em particular, imagens autobiográficas por natureza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">“Muitas vezes,
as pessoas tem vívidas imagens de olhos fechados onde estão interagindo – não é
como se estivessem olhando para uma tela onde vissem imagens divertidas, mas há
alguma interação pessoal com as imagens”, disse Kaelen.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">A natureza
pessoal da experiência psicodélica torna difícil escolher uma trilha sonora.
"Isso foi, na verdade, uma coisa muito desafiadora, pois todos nós temos
diferentes preferências musicais, é claro", disse Kaelen. Eles não podiam
permitir que as pessoas trouxessem sua própria música, uma vez que eles
precisavam de práticas padronizadas a fim de obter dados científicos limpos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Kaelen iniciou
selecionando uma lista de músicas que foi então colocada em um grupo separado
para ter seu impacto emocional avaliado. "Inicialmente eu queria trabalhar
com música neoclássica emocionalmente muito forte, mas considerando o ambiente
desafiador onde as pessoas estão, dentro do scanner fMRI, eu realmente pensei
que talvez não seria uma boa ideia expor as pessoas a um meio ambiente realmente
intenso", explicou. "Eu acabei selecionando músicas que possuem uma
atmosfera geral muito relaxante e positiva – principalmente música de um
artista de <i>ambient music</i> chamado
Robert Rich."<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #cfe2f3;"><iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/lgOWsdcWSVc/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/lgOWsdcWSVc?feature=player_embedded" width="320"></iframe></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Kaelen acabou
selecionando dois trechos de sete minutos, de músicas de Robert Rich e Lisa
Moskow, de seu trabalho colaborativo de 1995, o álbum <i>Yearning</i>. Ele descreveu as faixas como calmantes com cordas
melódicas (Moskow toca um sarod, instrumento indiano semelhante a um sitar). "Havia
ali um monte de instrumentos bem típicos da <i>ambient
music</i> – como um sintetizador, uma flauta – mas havia também um instrumento
com uma linha melódica clara que as pessoas podem seguir", disse ele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Kaelen disse
que o trabalho de Rich foi realmente uma das razões pelas quais ele foi atraído
para explorar os efeitos da música em sua pesquisa. "Robert Rich é
incrível, porque ele realmente começou a fazer música com a ideia de que esta
pode ser uma forma muito potente para induzir e também orientar os estados
alterados", disse ele, referindo-se aos "sleep concerts” (concertos do
sono), onde ele tocava para um público sonolento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Reprodução de
música em um scanner de ressonância magnética oferece seus próprios desafios,
mesmo que os sujeitos não estejam sob efeito de LSD. Os pesquisadores usaram
fones especiais (sem bobina magnética), compatíveis com o scanner de
ressonância magnética, para tentar manter uma qualidade de som decente, em meio
aos zumbidos da máquina. Enquanto algumas poucas pessoas não gostaram da
música, Kaelen disse que a maioria as recebeu bem, como uma alternativa mais “calorosa”
que o ruído do scanner.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #cfe2f3;">* * *<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">Embora esses
estudos tenham lançado luz sobre os efeitos da música e do LSD, quando
experimentados em combinação, uma força motriz da pesquisa da equipe do
Imperial College é explorar como os psicodélicos poderiam ser usados em um
contexto terapêutico. A pesquisa mostrou que, utilizadas sob a orientação de um
<a href="http://motherboard.vice.com/read/the-therapist-who-was-arrested-for-using-lsd-and-mdma-psychedelics-friederike-meckel-fischer-switzerland">terapeuta</a>,
estas drogas poderiam ser úteis no tratamento de <a href="http://motherboard.vice.com/read/a-psychiatrist-is-calling-for-psychedelic-drugs-to-be-reclassified">doenças</a> tais como a depressão, a ansiedade e a dependência. Kaelen está interessado em
como a música pode ajudar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">A ideia básica
tem suas raízes na terapia psicodélica nos anos 60, antes que essas drogas tenham
se tornado ilegais e, portanto, mais difíceis de trabalhar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #cfe2f3;">"As
pessoas começaram a perceber que não é a droga em si que proporciona um efeito
terapêutico; é a experiência que a droga é capaz de produzir em interação com o
terapeuta, com o meio ambiente, que tem esse potencial", explicou Kaelen.
"Indo além dessa concepção, as pessoas basicamente começaram a
experimentar com diferentes formas de como projetar a experiência; como se
certificar de que as pessoas têm uma experiência realmente terapêutica".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">A
música foi logo reconhecida como um meio de ajudar a
fornecer alguma estrutura para a experiência.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">Recentemente,
Kaelen estava envolvido em um ensaio clínico com administração de psilocibina –
o composto psicodélico presente nos "cogumelos mágicos" – para
pacientes com depressão resistente ao tratamento (os resultados ainda não foram
publicados). O estudo ocorreu em um quarto de hospital decorado para parecer menos
clínico e assustador – Kaelen observou que um quarto de hospital estéril era
provavelmente "um dos piores lugares para se tomar uma droga psicodélica".<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuPwCxgTeckjmw_NI2lJ25NUJi5HlO2UUavO2IjPfR0kri7cOzJxXkAG_pCP06x3yAuZMmNsb4Eu7Mz5sSlS1DM_oT8B7hPApExnmArLmZi56UxfklooFIjmin8pVvwT8FI31LyCYP8VA/s1600/grafico_artigo_como_selecionar_musica3.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #cfe2f3;"><img border="0" height="136" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuPwCxgTeckjmw_NI2lJ25NUJi5HlO2UUavO2IjPfR0kri7cOzJxXkAG_pCP06x3yAuZMmNsb4Eu7Mz5sSlS1DM_oT8B7hPApExnmArLmZi56UxfklooFIjmin8pVvwT8FI31LyCYP8VA/s400/grafico_artigo_como_selecionar_musica3.png" width="400" /></span></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-size: 8pt; line-height: 115%;"><span style="color: #cfe2f3;">Quarto original / quarto adaptado. Imagem: Mendel Kaelen<o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-size: 8pt; line-height: 115%;"><span style="color: #cfe2f3;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">Compilar uma
lista de reprodução para este estudo foi muito mais desafiador, uma vez que era
preciso obter uma trilha sonora para alimentar o ambiente terapêutico por cerca
de seis horas, ao contrário dos poucos minutos no estudo de imagem do cérebro. Os
sujeitos poderiam tanto ouvir através do sistema de som na sala ou através de
fones de ouvido, mas a música ficava sempre ligada.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #cfe2f3;"><iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/VUt0-JnOIdg/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/VUt0-JnOIdg?feature=player_embedded" width="320"></iframe></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">Kaelen disse que
sua lista foi parcialmente inspirada pelo trabalho de pesquisadores anteriores,
como a musicoterapeuta Helen Bonny, que desenvolveu, na década de 1960, um
método chamado “<a href="http://ami-bonnymethod.org/the-bonny-method-2/">Imaginação e Música Guiadas (GIM)</a>”,
para ajudar a explorar estados de consciência num contexto terapêutico.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">Ele projetou sua
lista de reprodução para refletir a mudança experimentada pelo uso da
substância, desde o início dos efeitos da psilocibina até o pico da experiência
e, em seguida, o retorno. "Para todas estas diferentes fases dentro da
lista de reprodução, necessidades diferentes existem para serem cumpridas e a
música pode ajudar com elas", disse Kaelen.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">Por exemplo,
muitas pessoas ficam naturalmente nervosas antes que a droga produza efeitos, então
Kaelen selecionou músicas que pudessem ser calmantes e reconfortantes. Durante
a chegada dos efeitos da substância, a música torna-se mais ritmada e, durante
o pico do efeito da droga, que dura algumas horas, a música oscila entre
diferentes intensidades emocionais, no que Kaelen chamado de efeito de pêndulo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">"Não seria
bom para as pessoas serem constantemente expostas à música muito emocional; é
preciso haver um momento em que o indivíduo é capaz também de refletir sobre a
experiência", explicou.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">Kaelen disse que
levou meses para selecionar e misturar faixas para o ensaio, que ele tirou de
sua própria biblioteca, bem como de recomendações presentes na obra de Bonny. Ele
ficou longe das faixas mais clássicas ou cristãs, tal como ele disse ser
importante que a música refletisse os momentos e não tivesse conotações de
nenhuma religião específica. Kaelen compõe sua própria música eletrônica
experimental, por isso foi capaz de misturar as faixas e adaptar a
espacialização e o volume de acordo com a experiência que queria coreografar.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">Ele não podia
compartilhar toda sua lista de reprodução para o estudo, para que pudesse usá-la
em outros estudos, sem arriscar que as pessoas se tornassem muito familiarizadas
com uma música específica. No entanto, ele compartilhou algumas faixas:
"Against the Sky", de Brian Eno e Harold Budd, caracterizando a fase
de entrada como uma faixa calmante; "Sostenuto tranquillo ma
cantabile", do músico erudito contemporâneo Henryk Górecki, é tocada na
ascenção para o pico e é, de acordo com Kaelen, a primeira peça "emocionalmente
evocativa"; e Greg Haines faz uma aparição com "183 Times" – música
também utilizada no estudo piloto, para explorar o realce emocional durante a
fase de pico.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">Para demonstrar
o efeito da música, Kaelen compartilhou comigo algumas experiências de pacientes.
Em resposta a "183 Times," um paciente disse que era "O pico da
experiência, a faixa que parecia resumir toda a experiência. Movendo-se para
além das palavras, ela acompanhou a parte mais forte da viagem interior.
Surpreendente!".<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #cfe2f3;"><iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/5L9V4t4YPnY/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/5L9V4t4YPnY?feature=player_embedded" width="320"></iframe></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">Outro
compartilhou, "Essa música me fez chorar muito. Foi muito triste e bonito,
chorar durante essa música sentida como uma liberação emocional, liberação de
tristeza e maus sentimentos em relação a mim mesmo. Isso me fez pensar nas
batalhas que tive que enfrentar na vida, sendo pressionado. No final desta
canção me senti limpo e melhor e senti compaixão por mim mesmo".<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">Em última
análise, Kaelen disse, algumas pessoas se ligaram muito bem com a música, e
outros não.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">"A seleção
das músicas foi realmente muito difícil, porque a cada música considerada, fiz-me
a pergunta: ‘Eu acho que essa música funciona para o paciente, porque funciona
para mim, ou a canção funciona para o paciente porque traz consigo uma mensagem
universal, que é intrínseca à própria música? '", Disse Kaelen.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">Não há realmente
uma ciência disso – pelo menos, não ainda.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">"Para ser
honesto contigo, quando comecei a fazer isso, também senti a enorme
responsabilidade que a concepção de uma lista de reprodução de música como esta
traz, porque as pessoas serão incrivelmente influenciadas por ela",
admitiu.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">Uma lição
importante que Kaelen tirou do estudo é que, enquanto ele ainda acredita, por
um lado, que há alguma universalidade na música, por outro, constata ser
impossível fazer uma lista padronizada adequada para todos. Ele sugere que, no
futuro, o terapeuta deva encontrar algum modo de adaptar a música para as
necessidades singulares de seus pacientes. Seguindo adiante, isso é algo no
qual ele vem trabalhando.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">Ele enfatizou
que o aspecto mais importante do uso terapêutico de psicodélicos reside em
estabelecer um relacionamento forte entre paciente e terapeuta.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT"><span style="color: #cfe2f3;">"A música,
em essência, está lá sempre e somente a serviço do processo terapêutico
central; que é apoiar a jornada de olhos fechados altamente pessoal que se
desenrola ao longo das horas", disse ele.</span></span></div>
<div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText">
<br /></div>
</div>
</div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-39950827773128853472015-07-01T11:59:00.001-03:002015-07-02T20:29:25.164-03:00Artigo científico apresenta o Primeiro Seminário sobre Psicodélicos do Rio de Janeiro<div style="text-align: justify;">
Em novembro de 2014, foi realizado no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (ISERJ) o <i><a href="http://culturaverde.org/2014/11/12/i-seminario-sobre-psicodelicos-no-rio-de-janeiro-confira-a-aprogramacao/">Primeiro Seminário sobre Psicodélicos do Rio de Janeiro</a></i>, com a participação de pesquisadores, ativistas, estudantes e profissionais do campo das drogas tornadas ilícitas pelo proibicionismo. Organizado pelos psicólogos ativistas Fernando Beserra e Sandro Rodrigues, o evento foi motivado por notícias alarmantes na mídia e seus reflexos clínico-políticos na sociedade. </div>
<div style="text-align: justify;">
A abertura do evento contou com a presença de professores do ISERJ, dentre os quais o próprio Fernando Beserra. A primeira mesa temática, <i>Psicodélicos e Redução de Danos</i>, teve a presença do músico e psicólogo Sandro Rodrigues, do cientista social e redutor de danos Tiago Coutinho e dos fotógrafos do site <a href="http://mundocogumelo.com/">Mundo Cogumelo</a>, Rafael Beraldo e Danyel Sylvestre, tendo sido mediada pelo cientista social e redutor de danos Dênis Petuco. Na mesa da tarde, <i>Psicodélicos e políticas de drogas</i>, estiveram presentes o psicólogo Fernando Beserra, o integrante da <a href="https://www.facebook.com/FrenteEstadualDrogasEDireitosHumanosRj">Frente Estadual Drogas e Direitos Humanos do Rio de Janeiro</a> (FEDDH-RJ), Rodrigo Mattei, e o vereador Renato Cinco (PSOL-RJ), com mediação de uma organizadora da Ala Feminista da Marcha da Maconha do Rio de Janeiro, a historiadora Thamires Regina.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tendo por objetivos a fixação de um documento histórico acerca do Seminário, pioneiro no Estado, assim como a elaboração de um material introdutório sobre a experiência humana com fármacos psicodélicos, os pesquisadores Sandro Rodrigues e Fernando Beserra elaboraram o artigo científico <i><a href="https://www.academia.edu/13495260/Drogas_pesadas_em_discuss%C3%A3o_no_Primeiro_Semin%C3%A1rio_sobre_Psicod%C3%A9licos_do_Rio_de_Janeiro">Drogas pesadas em Discussão no Primeiro Seminário sobre Psicodélicos do Rio de Janeiro</a></i>, com base na organização e em debates levantados pelo Seminário. O artigo acaba de ser publicado numa edição sobre proibicionismo e antiproibicionismo da <a href="http://www.periodicos.ufes.br/argumentum/issue/view/552">Revista Argumentum</a> (UFES), que conta também com debates e artigos de companheiras e companheiros na luta antiproibicionista, como a Rita Cavalcanti, a Juliana Batistuta, o Francisco Inácio Bastos, a Isabela Bentes, a Luciana Boiteux, o Pablo Ornelas, etc.<br />
É com uma enorme satisfação que disponibilizamos o artigo para ampla divulgação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Espero que apreciem a leitura como uma boa viagem (nossas vitórias não serão por acidente)!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ósculos e amplexos,</div>
<div style="text-align: justify;">
Sandro Rodrigues.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Baixe <a href="https://www.academia.edu/13495260/Drogas_pesadas_em_discuss%C3%A3o_no_Primeiro_Semin%C3%A1rio_sobre_Psicod%C3%A9licos_do_Rio_de_Janeiro">aqui</a> o artigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://www.academia.edu/13495260/Drogas_pesadas_em_discuss%C3%A3o_no_Primeiro_Semin%C3%A1rio_sobre_Psicod%C3%A9licos_do_Rio_de_Janeiro"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8xcErydkZXuMGwR3JeonnKANTxe7GA83tepPXxUf0SgJxHinifROEMZaVum6Pz2aIx_7eW4Uqgv0cA36G4vrX8nwlLd3cCWQ0dkucnKs_08CTe7HFOnd-5U8jUHL3IIPmBfQMxpwxSuI/s400/cartazIseminariopsicodelicos26112014.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-13294322099104354832015-04-05T11:00:00.000-03:002015-04-05T18:50:48.693-03:00Sem retorno<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #fff2cc;">Sem retorno. Dois acordes apenas pra chegar no refrão, a garganta seca parecendo soprar um tufão de areia fina por sobre a língua e um engasgo insinuante. Por meio segundo, o palato superior sedimenta,
como houvesse lá hóstia grudada. Suor jorrando pelos cílios e visíveis somente luzes brilhando alternadas. Algodão no ouvido não foi lá ideia boa. Tudo soando meio
final de <i>2001</i>, só que num calor delirante dos trópicos. A blusa completamente encharcada contrastando com lábios muito ressecados acabam exigindo também
todo um trabalho especial da respiração e daí foco até se
perde, com atenção sem o timing no deslize do dedo médio por
sobre os devidos trastes, antes que os outros três pousem pra formar o acorde seguinte. Mas não, o médio se arrasta viscoso no caminho, parando <i>por conta própria</i>
uma casa abaixo, ou - dizendo diferente - uma casa <i>antes</i>. De todo modo, o
dedo vai sangrar, isso não tem jeito, mas durante o tempo mesmo
de notar o semiton da guitarra, pigarro
fanfarrão impede tomada necessária de ar e a voz, <i>refrão</i>,
eis que não sai. Acorde seguinte também se equivoca e agora palavras em geral
tão virginais, lívidas, ilibadas e candentes, elas tão centrípetas findam se esquivando por entre territórios da percepção e memória. A sétima é
menor? É a parte da<i> luva</i>
ou da<i> trégua</i>? Já
cantei a da <i>luva</i>? Não
lembro. Será que respiro rápido pra entrar em anacruze? <i>A treva, tão seleeeeta</i>. Caralho,
não era treva, era trégua. Aliás, que porra de letra é essa? Que eu tinha na cabeç... Ih, agora! O que mesmo? Ah tá. Pronto. Sol maior. Fechou. Um aplauso. Escorro o suor com a palheta e agradeço, sem saber se minha voz apenas não saiu ou se não havia mais som no microfone.</span></div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-59261747027989961842014-11-01T12:45:00.001-02:002014-11-02T18:00:42.263-02:00Tese de doutorado sobre psicodelia disponível em pdfHonoráveis convivas,<br />
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É com uma satisfação incomensurável que aqui partilho o fruto mais que especial destes últimos quatro anos de pesquisa de doutorado, sob orientação do professor doutor Eduardo Henrique Passos, a quem agradeço em especial pelo primoroso trabalho de tornar partilhável um tipo de experiência que não tem encontrado muito lugar em nossa academia. Trata-se da tese <i>Modulações de sentidos na experiência psicotrópica</i>, defendida em 27 de agosto de 2014 no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal Fluminense. A composição multidisciplinar da banca de defesa dá o tom transdisciplinar da pesquisa, validada pelas psicólogas Analice Palombini (UFRGS) e Silvia Tedesco (UFF), pelo filósofo Auterives Maciel Jr. (PUC/RJ) e pelo historiador Henrique Soares Carneiro (USP). Cada participante da banca deu especial atenção e destaque a características mais próximas de suas implicações com a(s) temática(s), embora não tenham se limitado a considerações estanques, ou monodisciplinares, tendo toda banca destacado o rigor e a qualidade textual do trabalho. Analice, integrante do coletivo de pesquisa GAM (Gestão Autônoma da Medicação), junto ao qual minha tese foi desenvolvida, contribuiu não apenas com destaques relativos às questões de interesse principal da GAM, como também em relação à questão da escrita, da política da narratividade adotada, algo também destacado pela Silvia, cujas pesquisas estão focadas tanto nas relações entre literatura e produção de subjetividade quanto na clínica voltada a usuários de psicotrópicos proscritos. Auterives, sempre atento ao que nos força a pensar - em outros termos, ao <i>fora</i> - destacou aspectos da experiência psicodélica como uma experiência de pensamento que coloca na base de toda ação política um modo de pensar, uma cognição, e na base desta uma estética, um modo de sentir. Henrique, historiador que há muitíssimo tempo vem se ocupando da questão da experiência humana com substâncias capazes de alterar a consciência e, portanto, a experiência de si, além de inúmeras contribuições valiosíssimas (a grande maioria já aproveitada na versão oficial da tese que agora partilho), destacou o rigor e o pioneirismo da pesquisa, indicando se tratar de um dos melhores textos já escrito em língua portuguesa acerca da experiência psicodélica. Deixo aqui meus sinceros agradecimentos à banca, com um agradecimento especial à Analice, cujo texto lido na ocasião da defesa foi incorporado à introdução da tese.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Espero que a tese não somente ajude a pensar questões urgentes quanto a proporcionar uma leitura prazerosa; quiçá uma experiência psicodélica de leitura. Caso tenha atingido tais objetivos, creio que um dos melhores retornos que posso receber agora é o amplo compartilhamento do material, assim como os comentários e críticas que auxiliem a aperfeiçoar a versão a ser futuramente publicada em livro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O pdf se encontra acessível para consulta e download gratuito no <a href="https://www.academia.edu/9058620/Modula%C3%A7%C3%B5es_de_sentidos_na_experi%C3%AAncia_psicotr%C3%B3pica" target="_blank">academia.edu</a> e muito em breve também no site do PPG em Psicologia da UFF. Assim que estiver disponível, edito aqui para atualizar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agradeço, por fim, a quem tiver lido esta postagem até aqui, com a saudação que me é característica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Beijos e vinhos!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMc-so5EaEWalPH4mH1a65VIenfVuk7pERuaZuyIiVvmVyPKTy1-NPsOJ6yCA0U1RkAcFFn-Q8A99QZ2c4TdY5K6e8KwumihBiPwEidqTqNJvQFVBBSTY_tfBeBTdqJD6b3uFSffdS66I/s1600/akiyoshi+kitaoca.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMc-so5EaEWalPH4mH1a65VIenfVuk7pERuaZuyIiVvmVyPKTy1-NPsOJ6yCA0U1RkAcFFn-Q8A99QZ2c4TdY5K6e8KwumihBiPwEidqTqNJvQFVBBSTY_tfBeBTdqJD6b3uFSffdS66I/s1600/akiyoshi+kitaoca.jpeg" height="640" width="480" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">imagem de akiyoshi kitaoca (disponível em http://www.theguardian.com/science/gallery/2014/aug/05/dizzying-optical-illusions-akiyoshi-kitaoka-pictures)</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-2353112165351933552014-05-21T05:02:00.000-03:002014-05-22T11:48:59.237-03:00Lançamento do livro Atendendo na Guerra: dilemas médicos e jurídicos sobre o "crack"<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white;">Então, pessoal!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white;">Na próxima terça-feira, dia 27 de maio, às 19h, na Livraria Argumento, do Leblon (Rua Dias Ferreira, 417), ocorre o lançamento do livro<i> <a href="http://www.revan.com.br/produto/ATENDENDO-NA-GUERRA-DILEMAS-MEDICOS-E-JURIDICOS-SOBRE-O-CRACK-649" target="_blank">Atendendo na Guerra: dilemas médicos e jurídicos sobre o "crack"</a></i>, publicação da editora Revan e do Instituto Carioca de Criminologia. O livro, organizado por Vera Malaguti Batista e Lucília Elias Lopes, pretende adentrar no <i>front</i> da guerra às drogas que insiste em dominar nosso território há mais de quarenta anos e, para isso, conta também com textos de Alexandre Moura Dumans, Bernardo Gama Cruz, Eduardo Passos, Francisco Inácio Bastos, Iacã Macerata, Maria Lúcia Karam, Nilo Batista, Rafael Dias, Salo de Carvalho e Sandro Eduardo Rodrigues.</span><br />
<span style="color: white;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white;">Contribuí com o texto <i>Experiências psicotrópicas proscritas: o fora-eixo</i>, sobre minha participação em um projeto multicêntrico de pesquisa - envolvendo UFF, UFRGS, UFRJ, UNICAMP e Université de Montréal - conhecido como Gestão Autônoma da Medicação (GAM). A GAM é uma nova abordagem em saúde mental surgida em Quèbec, no Canadá, ao longo dos anos 1990, visando ampliar a autonomia dos usuários de medicamentos psiquiátricos na gestão de seu tratamento, pela valorização da experiência vivida. Entre 2011 e 2012, participei de grupos de intervenção com usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (Caps), em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, Rio de Janeiro, realizados no intuito de validar a versão brasileira do chamado <i>Guia da Gestão Autôno</i><i>ma da Medicação</i>, ferramenta que, ao longo de 2009 e 2010, havia sido traduzida e adaptada da <a href="http://www.rrasmq.com/gam_guide.php" target="_blank">versão canadense</a>, editada em 2001, no intuito de ajudar a repensar a relação dos usuários com a medicação. Diferente do Canadá, a Reforma Psiquiátrica brasileira não toma a noção de autonomia como independência individual, autogestão, e sim como autonomia no coletivo e do coletivo. Enquanto a GAM canadense não conta com a participação de médicos, configurando-se como uma busca de alternativas ao tratamento farmacológico centrada na iniciativa individual do usuário, na GAM-BR, os médicos são incluídos nas negociações com os usuários acerca do uso de psicotrópicos. A Reforma Psiquiátrica brasileira é uma política de estado, com marco legal na Lei 10.216/01. No Brasil, fazer gestão autônoma da experiência psicotrópica é fazer cogestão, o que envolve a participação ativa de usuários, familiares, profissionais responsáveis pela prescrição, assim como dos próprios pesquisadores.</span><br />
<span style="color: white;">Fui à São Pedro com a tarefa de cuidar do chamado "fora-eixo" da GAM, o que implicava uma abertura sensível a questões não previstas nas categorias de análise previamente acordadas pelo coletivo de pesquisa, mas que, ao longo do processo, tenham se mostrado pertinentes. Para a formulação do problema da experiência psicotrópica, situado além e aquém da divisão jurídico-moral entre drogas lícitas e ilícitas, era preciso por em análise minhas implicações estético-políticas no aqui chamado <i>underground</i> psicodélico, ou seja, certo "submundo" (<i>underground</i>) contracultural regido por manifestações (<i>delos</i>) da mente (<i>psychè</i>). A experiência psicodélica revela a mente de um modo ampliado, o que produz momentaneamente efeitos de inefabilidade (impossibilidade de falar à altura da experiência vivida), de alteração das percepções internas (tempo) e externas (espaço), de perturbação do bom senso, a identidade de sujeitos e objetos, e do senso comum, o bom sentido, a causalidade linear, do passado ao futuro, dissolvendo as fronteiras ilusórias entre dentro e fora na afirmação do aqui e agora. Mas, com o acirramento do clima de combate a tais manifestações estético-políticas, em um ambiente regido pelo paradigma da guerra às drogas, a narrativa vai cada vez mais dando relevo a <i>bad trips</i> que incidem: sobre as experiências de uso de psicotrópicos tornados drogas ilícitas, via proibicionismo; sobre as experiências de uso de psicotrópicos prescritos automaticamente, via medicalização; e sobre a própria experiência de pesquisa, via supressão, em grande parte das publicações científicas, do que a análise institucional francesa chama de "fora-texto", ou seja, falas em geral silenciadas, por sua potência de derrubar paradigmas médico-científicos e jurídico-morais, perturbando ideais de identidade, neutralidade e separação entre sujeito e objeto da experiência.</span><br />
<span style="color: white;">Por fim, apresento um breve percurso da Redução de Danos (RD) no Brasil, passando pela marginalidade, pelo <i>undergound</i>, até sua emergência como paradigma e eixo articulador das políticas públicas para usuários de drogas. Com uma dinâmica de contágio própria do chamado <i>underground junkie</i>, a RD faz com que <i>outsiders</i> passem ao protagonismo nas ações de cuidado, através do trabalho de <i>outreach work</i>, e na formulação de políticas públicas, fazendo com que o "fora" vire eixo e perturbando, assim, as fronteiras entre dentro e fora da clínica e da política. O termo <i>underground</i> perde então sua conotação negativa, como um "submundo", um "mundo inferior". Como resultado parcial de uma pesquisa de doutorado, o texto mostra ainda um recorte bruto e um esboço de análise, desdobrados ao longo da tese, atualmente em processo de finalização para defesa prevista em agosto. Grande parte do artigo foi desenvolvida através de processos de cogestão das ideias, nos quais tiveram lugar especial as boas conversas com Rafael Gil Medeiros, cientista social e redutor de danos, mestre em psicologia social, pesquisador da GAM pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a quem deixo aqui um grande agradecimento e um abraço.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white;">Lembrando, é terça-feira, dia 27 de maio, às 19h, na Livraria Argumento, do Leblon. Esperamos vocês lá!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHUTIQYEFgiDqymQc_1mq03a_xou0AZ4oNIpdqmfntj-tQQp-vN1igahomchyphenhyphenMNx5ZCr_vC9LoN5GLvlr1Uz9J8hXN-ufXV31N_vIzzJnWvUXOsJ3ImpPTA3Gvhw1L0DAR5P_E5xTbRQc/s1600/convitelancamentolivro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: white;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHUTIQYEFgiDqymQc_1mq03a_xou0AZ4oNIpdqmfntj-tQQp-vN1igahomchyphenhyphenMNx5ZCr_vC9LoN5GLvlr1Uz9J8hXN-ufXV31N_vIzzJnWvUXOsJ3ImpPTA3Gvhw1L0DAR5P_E5xTbRQc/s1600/convitelancamentolivro.jpg" height="507" width="640" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-37274466388909425092014-04-19T19:01:00.004-03:002014-04-27T02:49:37.921-03:00Albert Hofmann e o Dia da Bicicleta<div align="RIGHT" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.4cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"> Hoje, no Golden Gate Park, em San
Francisco-CA, está sendo realizada a <i><a href="http://bicycledayparade.com/" target="_blank">Hofmann's First Annual Bicycle Day Parade</a></i>.
A festividade comemora não apenas a bicicleta, mas, sobretudo, a
viagem psicodélica. <i>Mas qual a
relação entre ciclovia e psicodelia?</i>,
você talvez perguntaria. Bem, se quiser mesmo saber, acomode-se bem
e façamos logo uma visita a<em><span style="font-style: normal;">o
laboratório daquela famosa companhia suiça de produtos químicos,
fundada em 1886, por <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sandoz" target="_blank">Edouard Sandoz</a></span></em>.
</span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinVyT6EyqPDh0g4BMc1TRo9CtQpZmQcEKYrWHG3APu33uzctzlFvXK0D_0n6_ljWSgNZnxdlaFLa1VIMbQBDv5m5hH993NmE2NATAzdmMzjGJCFtVtXlAycsvwA1pngkYUb58NTqlK58w/s1600/995012_480028402106049_924112759_n.jpg" imageanchor="1"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinVyT6EyqPDh0g4BMc1TRo9CtQpZmQcEKYrWHG3APu33uzctzlFvXK0D_0n6_ljWSgNZnxdlaFLa1VIMbQBDv5m5hH993NmE2NATAzdmMzjGJCFtVtXlAycsvwA1pngkYUb58NTqlK58w/s1600/995012_480028402106049_924112759_n.jpg" /></span></a></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<em><span style="color: #ffe599; font-style: normal;"><b>entrando
no laboratório</b></span></em></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><em><span style="font-style: normal;"> Em 1929,
o químico suíço Albert Hofmann foi trabalhar no laboratório da
companhia de produtos químicos Sandoz, com a equipe do professor
Arthur Stoll, cuja atividade principal consistia basicamente em
isolar alcaloides, </span></em>investigar
e produzir amostras puras dos princípios ativos de plantas.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM5RJai5e3iS0Ma6p4x18b37uWhKhBybhfHO5PEgd_GzxPZ2OuL1BJ0nMKW9bX25Xu9odrG7K3vH7ly_74kcnam2EaJbNDt8Fwts47VkbuDz1UsYMfKUMY_Z6D99Cq9f7LXChjvXx2L18/s1600/hofmann32.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM5RJai5e3iS0Ma6p4x18b37uWhKhBybhfHO5PEgd_GzxPZ2OuL1BJ0nMKW9bX25Xu9odrG7K3vH7ly_74kcnam2EaJbNDt8Fwts47VkbuDz1UsYMfKUMY_Z6D99Cq9f7LXChjvXx2L18/s1600/hofmann32.jpg" height="223" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Laboratório da Sandoz</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;">
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;">Alcaloides são substâncias presentes em
certas plantas – assim como em certos fungos, bactérias e animais
– que podem produzir efeitos psicoativos diversos, tais como
torpor, anestesia, energia, excitação,
tremores, delírios, alucinações etc. São em geral identificadas
pela terminação <i>ina</i>,
como cafeína, morfina, cocaína, heroína, mescalina, leonorina...</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"> Hofmann<em><span style="font-style: normal;">
(1980)</span></em>
nutria especial interesse em plantas cujos princípios ativos são
instáveis, ou cuja potência está sujeita a uma grande variação,
o que torna difícil uma dosagem exata. Trata-se de plantas que podem
tanto remediar quanto envenenar, de acordo, por exemplo, com a dose e
as interações com outros fatores bioquímicos e psicossociais. <em><span style="font-style: normal;">O
termo</span> </em><em>phármakon</em><em><span style="font-style: normal;">,
em grego,</span></em><em><span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
</span></em><em><span style="font-style: normal;">significa
ao mesmo tempo remédio e veneno (Derrid</span></em><em><span style="font-style: normal;">a,
2005), embora grande </span></em><em><span style="font-style: normal;">parte de nossa sociedade associe a imagem do veneno somente ao
termo droga e a do remédio ao termo fármaco. Apesar da etimologia
controversa da palavra droga (Vargas, 2008), com várias hipóteses
levantadas (por exemplo, na Holanda,</span> </em><em>droghe
vate</em><em><span style="font-style: normal;">
significava barril de folhas secas), o uso corrente do termo indica
algo ruim (</span></em><i>que droga!</i><em><span style="font-style: normal;">),
tal como na língua inglesa, onde a palavra </span></em><em>junk</em><em><span style="font-style: normal;">
se refere tanto a drogas pesadas, como morfina e heroína, quanto a
“lixo”, “algo imprestável” (Harris, 2005). Por aqui, em
geral, se costuma considerar, automaticamente, o uso de substâncias
prescritas pela indústria farmacêutica e obtidas legalmente em
farmácias e drogarias como algo sempre benéfico e o uso de
“substâncias psicoativas e matérias-primas para sua produção,
que, em razão da proibição, são qualificadas de drogas ilícitas”
(Karam, 2008), como algo sempre maléfico. Trata-se apenas de
um arbítrio jurídico-moral. </span></em>Ao
isolar os alcaloides e obter na forma pura o princípio ativo dessas
plantas, o que os cientistas da Sandoz queriam era “fabricar um
preparado farmacêutico estável” para se tentar estabelecer então
uma dosagem terapêutica segura. Nessa busca da dose ideal, a equipe
estudava amostras de plantas batizadas com nomes fantásticos e
elegantes, como a <i>Digitalis purpurea</i>,
ou dedaleira, a <i>Scilla maritima</i>,
ou cebola marítma, e a cravagem do centeio, também chamada esporão
do centeio, <i>ergot</i>,
ou, o nome talvez mais irresistível, <i>Claviceps
purpurea</i>.</span><br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiov9WGh9Ls5dd5eDUjDfEC3-EE5biMttwNgRISt7eltvUXOZlS40bvzmBY1HpwBwAXJXZL9lZfwdxWfRu1hzpgsBxSz9CjnZFFLGeEizgP4mZ1WTH0hjQr2YmYGqhOonNbLlg4ZsTDnn0/s1600/01clavicepspurpurea.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiov9WGh9Ls5dd5eDUjDfEC3-EE5biMttwNgRISt7eltvUXOZlS40bvzmBY1HpwBwAXJXZL9lZfwdxWfRu1hzpgsBxSz9CjnZFFLGeEizgP4mZ1WTH0hjQr2YmYGqhOonNbLlg4ZsTDnn0/s1600/01clavicepspurpurea.jpg" height="400" width="318" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Claviceps purpurea</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;">
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><em><span style="font-style: normal;"> A
ergotina, presente na </span></em><em>Claviceps
purpurea</em><em><span style="font-style: normal;">,
fungo que se forma principalmente em grãos de centeio estragados, é
uma substância tão instável que, ao longo dos séculos, mostrou
que, em certas doses, podia matar ou m</span></em><em><span style="font-style: normal;">utilar,
em doses precisas podia ajudar a medicina e, em doses tóxicas,
causar fortes perturbações mentais (Cashman, 1970). O </span></em><em>ergot
</em><em><span style="font-style: normal;">produz
o</span></em><em><span style="font-style: normal;">
ergotismo ou fogo de Santo Antão, doença que, durante mais de 600
anos, provocou mortes e mutilações na Europa, pela constrição dos
capilares da extremidade do corpo. Por outro lado, a</span></em><em><span style="font-style: normal;">
cravagem do centeio</span></em><em><span style="font-style: normal;">
produz contrações uterinas e o risco de sua utilização como
auxiliar no trabalho de parto foi assumido durante séculos no
Oriente Médio: a ergotina, usada no momento ou de modo incorreto,
podia chegar a matar a criança, a mãe ou ambas; mas, na quantidade
e momento oportunos, “era um verdadeiro benefício para a
gestante”.</span></em></span><br />
<span style="color: #ffe599;"><em><span style="font-style: normal;">Mas mesmo o princípio ativo isolado da ergotina, o ácido lisérgico, com que o laboratório da Sandoz trabalhava, ainda mostrava-se muito instável, ao menos até 1938. Foi quando Hofmann encontrou um</span></em><span style="line-height: 150%;"> processo útil para combiná-lo com outras substâncias e produziu
uma série de compostos. No dia 2 de maio, "com a intenção de obter um estimulante circulatório e respiratório", produziu o vigésimo quinto da série de compostos, a dietilamida no ácido lisérgico (<i>Lyserg-saure-diathylamid</i>), que acabou recebendo a sigla LSD-25.</span><span style="line-height: 150%;"> Testes laboratoriais indicaram fortes efeitos no útero e foi
observado que animais experimentais ficavam inquietos sob efeito da
droga. Mas, na ocasião, o fármaco não despertou interesse, sendo
os testes descontinuados. O</span><span style="line-height: 150%;">
pessoal da Sandoz não fazia a mais remota ideia do que havia sido
produzido.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCeou9Z8zejAiW1wRMcmNyKBvMG33q_QOZSmnuBLsx4ip4ss3Apwn4Xie1w6hDEaG7Wkzh9PGOQJAyHUYJBYSvllf-0YiDa9zDAsgPTO4Ps_iDF9M_w5-4hyphenhyphenFtRy4p62d04dm3l7XfnFw/s1600/1722119_7676846810.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCeou9Z8zejAiW1wRMcmNyKBvMG33q_QOZSmnuBLsx4ip4ss3Apwn4Xie1w6hDEaG7Wkzh9PGOQJAyHUYJBYSvllf-0YiDa9zDAsgPTO4Ps_iDF9M_w5-4hyphenhyphenFtRy4p62d04dm3l7XfnFw/s1600/1722119_7676846810.jpg" height="240" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Hoffman no laboratório</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;">
Durante cinco anos não se ouviu falar do
LSD-25, embora Hofmann tenha continuado a pesquisar com <em><span style="font-style: normal;">a
</span></em><em>Claviceps purpurea</em>,
tendo chegado, com isso, a produzir remédios diversos, como o
<i>Hydergine</i>,
medicamento para a circulação periférica e a “função cerebral
no controle das desordens geriátricas” que chegou a ser, por anos,
“o produto farmacêutico mais importante da Sandoz”. Mas o
cientista não abandonara o “relativamente desinteressante LSD-25”.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;">Ao contrário, cinco anos após sua primeira
síntese, Hofmann,
então diretor adjunto do laboratório,
sentiu-se tomado por um
“pressentimento peculiar, o sentimento de que esta substância
pudesse possuir propriedades diferentes das que foram estabelecidas
nas primeiras investigações”. Tal pressentimento o induziu a
sintetizar novamente o LSD, o que era bastante incomum, “uma vez
determinada a falta de interesses farmacológicos”. Mas seu empenho
em seguir a intuição, assim como sua atitude de experimentação
radical, seriam essenciais para o que a ciência estava para criar.
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCA1gceW8fiUfPiXcW8ehQZzaNnZyMDeTAjAfcKTSTOVS0REi5XvmEjqrEu8WRzRDU2JUkXoE5OUO3QX1GiClO-FJjr1XdrnP5ryJE2fJGyo7LkQXchhqU7eiFkypdMtZJWgICDcepOEc/s1600/02+-+LSDestruturaquimica.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCA1gceW8fiUfPiXcW8ehQZzaNnZyMDeTAjAfcKTSTOVS0REi5XvmEjqrEu8WRzRDU2JUkXoE5OUO3QX1GiClO-FJjr1XdrnP5ryJE2fJGyo7LkQXchhqU7eiFkypdMtZJWgICDcepOEc/s1600/02+-+LSDestruturaquimica.jpg" height="320" width="288" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Molécula de LSD</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;">
Numa
tarde quente da primavera de 1943, mais exatamente no dia 16 de
abril, sexta-feira, o tartarato de destro-dietilamida do ácido
lisérgico-25 foi, após cinco anos, mais uma vez sintetizado.
Durante a conclusão dessa nova síntese do LSD-25, Hofmann sentiu
que precisava interromper o trabalho e voltar para casa, “afetado
por uma inquietude notável, combinada com uma leve vertigem”,
conforme descrevera depois, em um relatório enviado ao professor Stoll. No relato, conta
que, ao chegar em casa, deitou e afundou em uma experiência “não
desagradável de embriaguez, caracterizada por uma imaginação
extremamente estimulada”. Achando incômoda a luz do dia,
manteve os olhos fechados e, em um estado quase onírico, assistiu a
“um fluxo ininterrupto de imagens fantásticas, formas
extraordinárias com um intenso jogo de cores caleidoscópico”.
Esse estado evanesceu em aproximadamente duas horas.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"> Tentando
entender o que ocorrera, lembrou ter manipulado o ácido lisérgico,
embora não tenha compreendido como conseguira absorver, em algum
contato acidental bem leve – pois nem se lembrava de ter ocorrido
–, uma dose grande o suficiente para causar os efeitos que foram
vividos, experienciados, de modo tão vívido, intenso, exuberante.
Imaginou então que devia se tratar mesmo de uma droga com uma
potência extraordinária. Mas sua atitude de cientista logo
sinalizou-lhe que já era hora de ir além de quaisquer devaneios e
especulações: “parecia
haver somente uma maneira de se chegar
ao fundo disto. Decidi fazer uma auto-experiência”.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="color: #ffe599;">saindo
do laboratório</span></b></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"> Assim,
numa segunda-feira, 19 de abril de 1943, mais especificamente às 16:20,
Hofmann se auto-administrava 250 microgramas de LSD-25 no laboratório
da Sandoz, sem fazer ideia ainda que estava absorvendo dez vezes a
dose que, no futuro, seria estabelecida como a mínima eficaz para
obter os efeitos psicoativos que ainda estavam por serem descobertos.
Às 17:00, após registrar ter sentido vertigem, ansiedade,
distorções visuais, paralisia e vontade de rir, cessava as notas em
seu diário de pesquisa. Já estava claro que o LSD tinha sido mesmo
a causa da extraordinária experiência anterior, “pois
as percepções alteradas eram do mesmo tipo de antes, embora bem
mais intensas”. Teve que lutar para falar de modo inteligível e
pedir ao assistente de laboratório, que estava ciente do
experimento, que o acompanhasse até em casa. Como “nenhum
automóvel estava disponível por causa das restrições de uso
durante a guerra”, foram de bike. Há exatos 71 anos, foi realizado
um dos passeios mais fantásticos pelas ciclovias da mente.</span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicI5aep0O2E8KzPJbtYGtsHj7YZFa3OdR8gANVWL63Osd1GXGCcm0CelB6gtyj8zbzQHWpwS6Eo1EmgSpTfG1yzevoma9179ZDFWsDMy4qBce0ILGMhkkXbT0mHK4gFiVYyYWpQtEvgLs/s1600/bike100.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicI5aep0O2E8KzPJbtYGtsHj7YZFa3OdR8gANVWL63Osd1GXGCcm0CelB6gtyj8zbzQHWpwS6Eo1EmgSpTfG1yzevoma9179ZDFWsDMy4qBce0ILGMhkkXbT0mHK4gFiVYyYWpQtEvgLs/s1600/bike100.jpg" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Blotter comemorativo</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #ffe599;"><span style="line-height: 150%;">Mas aos poucos sua experiência subjetiva foi
começando a tomar formas mais ameaçadoras. Na viagem, todo seu
campo de visão “ondulava e se distorcia como se visto num espelho
torto”</span><span style="line-height: 150%;">.
</span><span style="line-height: 150%;">Com isso, começavam a
oscilar e se distorcer também alguns dos parâmetros
espaço-temporais que servem usualmente de referência, de contorno
para uma imagem de si: a identidade também começa a ser perturbada.
Imagina você ter tido a “sensação de não ser capaz de sair do lugar”,
mas ouvir depois, de seu colega, que “tínhamos viajado muito
rápido”... Sua percepção do tempo e do espaço está muito
alterada. Sua? O ambiente ao redor se encontra transformado: tudo parece
girar e os objetos mais familiares assumem formas grotescas,
ameaçadoras, em contínuo movimento, “animadas, como se dirigidas
por uma inquietude interna”. Há poucos instantes havia pedido para
chamar o médico da família e agora mal consegue reconhecer a
vizinha que lhe traz o leite, também solicitado, pois ela se tornou
“uma bruxa malévola, insidiosa com uma máscara colorida”. Muito
impressionantes também as alterações que começa a sentir
internamente: “um demônio tinha me invadido”, tomando posse de
“corpo, mente, e alma”, triunfando sobre a vontade, arrasada
“pelo medo terrível de ter enlouquecido”. Está em outro lugar,
outro mundo, outro tempo. O corpo, estranho e sem vida, talvez esteja
morrendo: “seria isto a passagem?”. Fora de si, ante o medo de
uma morte por vir, se culpa por não ter se despedido da família:
“será que eles entenderiam que eu não tinha experimentado de modo
irrefletido, irresponsável, mas com extrema precaução, e que tal
resultado era totalmente imprevisível?” Bastante paranoico, quer
beber leite, muito leite.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"> Quando
o médico da família finalmente chega,
a paranoia tinha passado, mas é o assistente
de laboratório que o informa da experiência, pois Hofmann ainda não
consegue formular frases muito coerentes. O médico nota as pupilas
dilatadas, mas sua avaliação não aponta qualquer sinal de
anormalidade: pulso, pressão sanguínea e respiração estão
normais; não há razão alguma para prescrever qualquer medicamento.
Ao invés disso, o médico leva Hofmann para a cama e senta-se ao
lado, acompanhando o lento retorno desse mundo estranho, no qual,
pouco a pouco, o cientista começa a contemplar cores sem precedentes
e jogos de formas que persistem sob os olhos fechados. Vão surgindo
imagens caleidoscópicas fantásticas, “alternando, variando,
abrindo e se fechando em círculos e espirais, explodindo em fontes
coloridas, reorganizando e se cruzando em fluxos constantes”. Nessa
reorganização cruzada, a percepção acústica se transforma em
percepções óticas e todo som gera “uma vívida imagem variável,
com sua própria consistência, forma e cor”. Passadas algumas
horas, exausto, cai no sono, “para despertar na manhã seguinte
revigorado, com a mente clara, embora ainda um pouco cansado”, mas
sentindo fluir “uma sensação de bem-estar e vida renovada”. No dia seguinte, sua percepção estava diferente, com sede de vida:
“o mundo estava como que recriado. Todos meus sentidos vibravam em
um estado da mais alta sensibilidade que persistiu por todo o dia”.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/c5rbjGcY7-0?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #ffe599; font-size: x-small;">Animação italiana inspirada na experiência de Hofmann</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #ffe599; font-size: x-small;"><br /></span></div>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><em><span style="font-style: normal;"> A
conclusão do auto-experimento de Hofmann mostrou o LSD-25 se
comportando como “uma substância psicoativa com propriedades e
potência extraordinárias”. Não se conhecia outro fármaco capaz
de produzir efeitos tão intensos em doses tão baixas. Hofmann era
um homem de ciência e </span></em><em><span style="font-style: normal;">estava
seguro que o LSD “teria uso na </span></em>farmacologia,
na neurologia e especialmente na psiquiatria”, embora naquele
momento “não tivesse a mínima suspeita de que a nova substância
também viria a ser usada além da ciência médica, como um
inebriante”<em><span style="font-style: normal;">.
Tampouco</span></em><em><span style="font-style: normal;">
reconheceu, à época, a “conexão </span></em>significativa
entre a inebriação por LSD e experiências visionárias
espontâneas, até bem depois, após experiências adicionais levadas
a cabo com doses bem mais baixas e sob condições diferentes”.
Inúmeros usos e sentidos ainda estavam por ser descobertos e
inventados para o LSD. Embora o tema convide a mais esclarecimentos
em outro texto, não podemos deixar de colocar que, após a proibição
do LSD e sua entrada na agenda I de drogas mais perigosas, para as
quais não se reconhece uso médico, é em clima de comemoração que
a psicodelia tem vivido atualmente. Hofmann passou décadas
lamentando a proibição das pesquisas científicas com o LSD, mas,
antes de morrer em 2008, aos 102 anos de idade, teve a felicidade de
conhecer a recente retomada dos estudos com fármacos psicodélicos,
na Suiça, embora não mais com LSD produzido pela Sandoz (a empresa
fundiu com a Ciba-Geygi, em 1996, formando a atual Novartis; há décadas não fabrica mais LSD e a história da substância sequer
consta na <a href="http://www.novartis.com.br/_sobre_novartis/historia_index.shtml" target="_blank">homepage</a>, mas isso é assunto para outro texto).. E nós
temos ainda a felicidade de recebermos a recente divulgação das
primeiras publicações de resultados da primeira pesquisa com LSD
realizada <a href="http://journals.lww.com/jonmd/Abstract/publishahead/Safety_and_Efficacy_of_Lysergic_Acid.99925.aspx" target="_blank">em quatro décadas</a>. Mas isso também já seria assunto para outro
texto. Bem, embora eu tenha muito texto para elaborar hoje e não vá
me furtar ao compromisso, preciso deixar registrado que agora são
16:20 e a tarde
ensolarada está mesmo para quem puder comemorar,
passear, viajar, seja por rodovias, ferrovias, ciclovias, hidrovias,
psicovias e outras tantas psicodelias. Portanto, aproveitem e boa
viagem! Mas, com prudência. Levem água, capacete, leite etc...</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXUn6D-a8CaatBlGP9vqCS8FYkWJPMcqcDon2fFSvdta2tzrp-XQWFpRrbaV4pgqvyyO1fm1N9edxzOExuPachfk-ZU96NFhyRr29ZcXD_2KqPhgQlaORaHqm5BogFLLCFiAH7JdlKciA/s1600/spirit_albert_hofmann1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXUn6D-a8CaatBlGP9vqCS8FYkWJPMcqcDon2fFSvdta2tzrp-XQWFpRrbaV4pgqvyyO1fm1N9edxzOExuPachfk-ZU96NFhyRr29ZcXD_2KqPhgQlaORaHqm5BogFLLCFiAH7JdlKciA/s1600/spirit_albert_hofmann1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Hofmann, ao completar 100 anos</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="color: #ffe599;">Referências:</span></b></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.3cm;">
<span style="color: #ffe599;"><em><span style="font-style: normal;">CASHMAN,
John. </span></em><em>LSD</em><em><span style="font-style: normal;">.
São Paulo: Perspectiva, 1970.</span></em></span><br />
<span style="color: #ffe599;">DERRIDA, Jacques. </span><i style="color: #ffe599;">A
farmácia de Platão</i><span style="color: #ffe599;">. (1972). São
Paulo: Iluminuras, 2005.</span><br />
<span style="color: #ffe599;">HARRIS,
Oliver. Introdução do editor. </span><span lang="en-US" style="color: #ffe599;">Em
</span><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">BURROUGHS,</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">
</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">William.</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">
</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US">Junky</span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">.</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">
</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">Rio</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">
</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">de</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">
</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">Janeiro:</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">
</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">Ediouro,</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">
</span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">2005.</span></span></em><br />
<span style="color: #ffe599;">HOFMANN,
Albert. </span><span lang="en-US" style="color: #ffe599;"><i>LSD
- My Problem Child.</i></span><span lang="en-US" style="color: #ffe599;">
McGraw-Hill Book Company, 1980. </span><span style="color: #ffe599;">(disponível em <a href="http://www.cyjack.com/cognition/lsdmyproblemchild.pdf" target="_blank">pdf</a>)</span><br />
<span style="color: #ffe599;">KARAM,
Maria Lucia. A Lei 11.343/06 e os repetidos danos do proibicionismo.
Em: LABATE et al (orgs). </span><i style="color: #ffe599;">Drogas
e cultura: novas perspectivas</i><span style="color: #ffe599;">.
</span><span lang="en-US" style="color: #ffe599;">Salvador:
EDUFBA, 2008 </span><span style="color: #ffe599;">(também disponível em <a href="http://www2.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2010/03/drogas_e_cultura.pdf" target="_blank">pdf</a></span><span style="color: #ffe599;">)</span><span style="color: #ffe599;">. </span><br />
<em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">VARGAS,
Eduardo V. Fármacos e outros objetos sócio-técnicos. Em: LABATE et
al (orgs) </span></span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US">op. cit. </span></em><em style="color: #ffe599;"><span lang="en-US"><span style="font-style: normal;">2008.</span></span></em></div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-90766916407269582492014-02-05T00:00:00.000-02:002014-09-09T20:29:41.446-03:00Centenário de William Burroughs (1914-2014)<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-size: small;"><b><br /></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0-YHDIHnEclCqMa3pWydcvWQXlMQjTAIfYqnt15Bx3RP8L7bmFoIXCMD8FFWJbJ4JFjf1R5i2ga2T8WO0UVsrhPycWjv4i1Bxjnhyphenhyphen29mRTGWM9L6356mbrxN8rBKyfVIpkoSSDHsTjII/s1600/w.b.(mapplethorpe)_t640.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0-YHDIHnEclCqMa3pWydcvWQXlMQjTAIfYqnt15Bx3RP8L7bmFoIXCMD8FFWJbJ4JFjf1R5i2ga2T8WO0UVsrhPycWjv4i1Bxjnhyphenhyphen29mRTGWM9L6356mbrxN8rBKyfVIpkoSSDHsTjII/s1600/w.b.(mapplethorpe)_t640.jpg" height="640" width="481" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">"William S. Burroughs", por Robert Mapplethorpe</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #ffe599;"><span style="line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="line-height: 150%;">Hoje é o centenário do escritor </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i>beat</i></span><span style="line-height: 150%;">
William Burroughs, que exerceu e ainda exerce uma enorme influência
na arte e na cultura dos séculos XX e XXI, sobretudo devido a suas
referências às inúmeras drogas que tomou ao longo de décadas, aos
questionamentos acerca das instâncias de exercício de controle no
contemporâneo e à voz de marginal...</span></span></div>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br />
</span><br />
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-size: large;"><b>St. Louis Blues</b></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"> St.
Louis, Missouri, cinco de fevereiro de 1914. Do casal Mortimer e
Laura Lee, nasce William Seward Burroughs II, batizado em homenagem a
seu avô, o inventor da máquina de somar que ainda tornaria a
<span style="font-size: small;"><i><a href="http://www.princeton.edu/~achaney/tmve/wiki100k/docs/Burroughs_Corporation.html" target="_blank">Burroughs</a>
</i></span>uma
das maiores indústrias americanas do século XX(¹).
Mas, em 1929, Mortimer e Laura já haviam vendido sua parte da empresa
por algo em torno de 200.000 dólares. Possuíam uma loja de
presentes e um lar confortável, mas nenhuma fortuna. Aos oito anos
de idade, o filho do casal havia escrito uma novela com o curioso
título <span style="font-size: small;"><i>The
Autobiography of a Wolf</i></span>
(as pessoas riam e corrigiam: <span style="font-size: small;"><i>você
quis dizer biografia de um lobo!</i></span>
Não, ele quis dizer autobiografia de um lobo mesmo)... Aos
dezesseis, William teve uma experiência psicotrópica marcante, ao
ingerir hidrato de cloral, comprado em drogaria, algo que aprendera
em sua ávida leitura de livros de gangster: a dose foi exagerada e o
jovem teve que ser levado à enfermaria da escola, o que acabou
causando preocupação e embaraço entre familiares e professores.</span><br />
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiexdEVy_AoIbpMfIOhQgt8tP3B37JWbtr4QVyYR87_yksf3kIgXuqeqcNrNvnCvihHqYdhl52b3Gn5K4MJZu33Ghf_uxPmkA-8Yc5dKP_7iBF1AW3evjyDTzEZlSH5ntlnWCSPcXxz6Tw/s1600/burroughs+adding+machine.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiexdEVy_AoIbpMfIOhQgt8tP3B37JWbtr4QVyYR87_yksf3kIgXuqeqcNrNvnCvihHqYdhl52b3Gn5K4MJZu33Ghf_uxPmkA-8Yc5dKP_7iBF1AW3evjyDTzEZlSH5ntlnWCSPcXxz6Tw/s1600/burroughs+adding+machine.jpg" height="173" width="400" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Folheto distribuído pela Burroughs Adding Machine Co.</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-size: large;"><b>Formação intelectual</b></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh29WwJQr0uz_Ndy1AVp6r2TTIsV4lpYSXKX3QD953aM9peyF_wPCEgyTm_2Ayh1k56QZplXaD5LK-b6PZEICVvql-_t0zTp_Wmx7WE57JMJ38QF4cfAPejOS5p9IHzXuUjMqq8bOmjupg/s1600/exterminator.us.viking.1973.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh29WwJQr0uz_Ndy1AVp6r2TTIsV4lpYSXKX3QD953aM9peyF_wPCEgyTm_2Ayh1k56QZplXaD5LK-b6PZEICVvql-_t0zTp_Wmx7WE57JMJ38QF4cfAPejOS5p9IHzXuUjMqq8bOmjupg/s1600/exterminator.us.viking.1973.jpg" height="200" width="135" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Capa do livro de 1973</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;"> Aos
dezoito anos, Bill foi para Harvard estudar literatura inglesa, mas
não curtiu a universidade nem chegou a escrever nada criativo lá,
embora tenha aprendido a usar a biblioteca, por achar <span style="font-size: small;"><i>de
grande valor para um escritor ler bastante</i></span>.
Como presente de formatura, seus pais lhe deram uma pensão de 200
dólares e pagaram-lhe uma viagem à Europa. Decidiu ingressar na
escola de medicina da Universidade de Viena. Pouco depois, sem
completar o curso, se casou com Ilse Klapper, judia alemã que não
conseguia renovar o visto iugoslavo. Não eram namorados; casaram-se
apenas para entrar nos Estados Unidos. Bill, então com 24 anos,
voltou sem planos a St. Louis e soube que um amigo foi estudar em
Harvard. <span style="font-size: small;"><i>Por
falta de coisa melhor pra fazer</i></span>
(e para sair de St. Louis), juntou-se a ele e se graduou em
antropologia, estudando arqueologia maia, assunto que se tornou um
interesse por toda sua vida. No ano seguinte, se inscreveu em um
seminário sobre semântica geral, em Chicago, para onde se mudou no
verão de 1942 e onde viria a trabalhar em dois breves empregos que
também influenciariam fortemente as temáticas e o estilo de suas
composições literárias futuras: o de investigador em uma agência
de detetives especializada em pegar empregados de lojas com a mão na
massa e, em seguida, o de exterminador de insetos.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-size: large;"><b>Chicago e New York: estágios
no mundo do crime</b></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1SlJGJrT1COfyv3epP7h6_5YIINQ8dIPuNTBLduyl3PUbdt34TO2TQj93qUsdtSw2Y3i1szVFxhArSP3KCFSIPTzqpg78thjukLXMKNTH3IMUg1RsLwH5z_UoCFm58hiXs8b1rOXvEdo/s1600/Ginsberg+Burroughs+Carr.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1SlJGJrT1COfyv3epP7h6_5YIINQ8dIPuNTBLduyl3PUbdt34TO2TQj93qUsdtSw2Y3i1szVFxhArSP3KCFSIPTzqpg78thjukLXMKNTH3IMUg1RsLwH5z_UoCFm58hiXs8b1rOXvEdo/s1600/Ginsberg+Burroughs+Carr.jpg" height="312" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Allen Ginsberg, Lucien Carr e William Burroughs, New York, 1953</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;"> Logo
chegaram em Chicago dois amigos seus de St. Louis: David Kammerer e
Lucien Carr. Dave acompanhava Lucien por todos os lugares, mesmo que
este, de certo modo, quisesse distância. Em 1943, Lucien se
transferiu da Universidade de Chicago para a Universidade Columbia,
em New York. Dave e Bill também se mudaram para New York. Na véspera
do Natal, Lucien levou ao apartamento de Bill um colega de Columbia,
chamado Allen Ginsberg. Foi também através de Lucien que Bill e
Dave conheceram Jack Kerouac e sua namorada, Edie Parker. Ainda
levaria ao menos uma década até que Ginsberg, Kerouac e Burroughs
despontassem como grandes expoentes da chamada literatura <span style="font-size: small;"><i>beat</i></span>,
ou geração <span style="font-size: small;"><i>beat</i></span>.
Mas uma tragédia ocorreria muito antes do sucesso.
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh30ZouwxaJC-f0ppZtk9-rHA1sFheoAN1TCXYK1pyNClZ58R0Xz01IMnyDaKoS6DgtiQn1fGdhyphenhyphenVmhUilIqoMPWe2Lo-A4X3Y2Hh9q4oIQkombnWOXUVaHD2z2Bzxd-yJXR-NDWFoH0c4/s1600/burroughskerouac.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh30ZouwxaJC-f0ppZtk9-rHA1sFheoAN1TCXYK1pyNClZ58R0Xz01IMnyDaKoS6DgtiQn1fGdhyphenhyphenVmhUilIqoMPWe2Lo-A4X3Y2Hh9q4oIQkombnWOXUVaHD2z2Bzxd-yJXR-NDWFoH0c4/s1600/burroughskerouac.jpg" height="204" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Burroughs e Kerouac brincando com uma faca</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;"><span style="line-height: 150%;">Em
agosto de 1944, Lucien esfaqueou Dave e foi preso. Bill e Jack foram
considerados coniventes por não o terem dedurado imediatamente. Os
pais de Bill pagaram sua fiança e os de Edie pagaram a de Jack (mas
somente após Jack e Edie se casarem na prisão). Bill e Jack
decidiram contar sua versão da história em um romance policial
escrito a quatro mãos, com o título </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i>E
os hipopótamos foram cozidos em seus tanques</i></span><span style="line-height: 150%;">.
Teria sido seu primeiro livro publicado. No entanto, atendendo ao
pedido de Lucien, o livro não foi editado. Ou melhor, o livro foi
publicado muito recentemente, quando os envolvidos no episódio já
haviam morrido, inclusive os autores do texto.</span></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #ffe599;"><span style="line-height: 150%;">Ali
mesmo, em New York, Bill começou uma jornada antropológica pelo
mundo das drogas, guiado por Phill White e Herbert Huncke. Bill nunca
tinha tomado pico antes, mas perguntou a Phil como se fazia e, após
alguns meses perambulando com ele, desenvolveu um pequeno hábito,
tendo Phill </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i>The
Sailor</i></span><span style="line-height: 150%;">
White lhe mostrado como persuadir médicos a prescreverem morfina. Na
mesma época, Ginsberg e Keroauc apresentaram Bill a Joan Vollmer,
estudante de jornalismo na Universidade de Columbia que esteve fora
do campus, dando luz à Julie, no verão de 1944. Joan tinha se
separado do marido, voltado para New York e conseguido um apartamento
grande perto de Columbia, para onde então se mudaram Kerouac, Edie,
Hal Chase e Ginsberg, este último tendo sido expulso de Columbia em
1945. Bill também passou a frequentar o ambiente, onde obtinha fácil
companhia para seus crescentes experimentos com drogas. Bill e Joan
iniciaram um romance.</span></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicwNiUBWxkxnremx9_kJBoYUYx2II6RYLTGDRjWIeP61n6WdqPuuhOpIqNlGK8eH0R7XoFlCUXu9xQZECCeqNEWkLiepZhZQjeOBsCAY3VEz8BGj8dIWKwHFTjpV9e7v_jXVSiT2o06Y8/s1600/joanwollmer.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicwNiUBWxkxnremx9_kJBoYUYx2II6RYLTGDRjWIeP61n6WdqPuuhOpIqNlGK8eH0R7XoFlCUXu9xQZECCeqNEWkLiepZhZQjeOBsCAY3VEz8BGj8dIWKwHFTjpV9e7v_jXVSiT2o06Y8/s1600/joanwollmer.jpg" height="400" width="331" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Joan Vollmer</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;"><span style="line-height: 150%;">Após
Bill ter se mudado para o apartamento de Joan, a situação se
deteriorou lentamente. Joan, com excesso de benzedrina circulando no
corpo, começou a ter alucinações auditivas, criando uma imagem
mental de toda uma trama envolvendo seus vizinhos, a quem auscultava
com um copo na parede, sendo que por vezes os vizinhos nem ao menos
estavam em casa. Além disso,
Bill estava se picando constantemente diante de todos e Herbert
Huncke começou a usar o apartamento para guardar peças roubadas e
foi cagoetado por porte de drogas. Logo a polícia chegou a Bill, por
uma receita que este havia forjado para o amigo e, em abril de 1946,
foi preso por </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i>obter
narcóticos por meio de fraude</i></span><span style="line-height: 150%;">.
Seus pais pagaram de novo sua fiança. </span></span><br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD0am1yX8Kw0SoY7z0v5O3B9b8Q7-WSCIbwhfkEEpvWXGNoCBMWy1DJC6AKK8ZYJAtUH3gCwphYu5V50Hjeyv0Sc9k5lug_tMLCY80jAfvYFUILcyaW6jVOLszP4OAWmqwFdJp1AW6t1w/s1600/psu+burroughsjr+2k+bw+9-24_t640.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD0am1yX8Kw0SoY7z0v5O3B9b8Q7-WSCIbwhfkEEpvWXGNoCBMWy1DJC6AKK8ZYJAtUH3gCwphYu5V50Hjeyv0Sc9k5lug_tMLCY80jAfvYFUILcyaW6jVOLszP4OAWmqwFdJp1AW6t1w/s1600/psu+burroughsjr+2k+bw+9-24_t640.jpg" height="200" width="130" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Billy (foto tirada por Allen Ginsberg)</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;"><span style="line-height: 150%;">Embora os 200 dólares que
recebia deles fosse o bastante para viver na época, não dava para
alimentar seu vício. Logo Bill começou a ajudar Phil White a rapar
uns bebuns no metrô. Em junho, foi pego por tráfico de heroína e
mandado para St. Louis, aos cuidados do pai. </span><span style="line-height: 150%;">Em sua ausência, Joan
sentia-se só, teve um caso e foi aumentando as doses de benzedrina,
até ir parar numa emergência hospitalar. Allen avisou a Bill, que
correu para New York para resgatá-la. </span><span style="line-height: 150%;">O casal passou férias em um
hotel na Times Square e, entre visitas a galerias de arte e museus,
fizeram um irmão para Julie, que viria a receber o infeliz nome de
William Seward Burroughs III. Não mencionarei aqui o quanto sofreu
Billy ao longo da vida.</span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-size: large;"><b>De Algiers à Cidade do México</b></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"> Em
1948, William Burroughs II comprou uma casa em Algiers, entre
Mississipi e New Orleans, mas a estadia foi breve, pois se indispôs
com vizinhos e foi pego por posse de drogas. Por sorte, Joan arrumou
um bom advogado e Bill evitou a prisão, indo para tratamento. A
investigação policial foi considerada ilegal, mas o advogado
sugeriu-lhe que partisse, pois se
fosse pego de novo por drogas, em Louisiana, seria condenado a sete
anos. Era prudente deixar o Estado. Em maio de 1949, levou a família
para ficarem com Kells Elvins, em sua fazenda, onde começou a ler
Wilhelm Reich e construiu, com Kells, um acumulador de orgônio.</span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN3iO_fz0Du2HJqTyTGbJiQNiI2bTgK_t6QO1icUQjzBvZV2-XvlogS1a2F3HGx6aM9zPtztqTVzAcG0ib5RRlwiVfaaUgeHanPg4MHXI_VEUd2CI4Qknx6YwdvNqaJ09ZY5uiuvgVtMU/s1600/burroughsorgone.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN3iO_fz0Du2HJqTyTGbJiQNiI2bTgK_t6QO1icUQjzBvZV2-XvlogS1a2F3HGx6aM9zPtztqTVzAcG0ib5RRlwiVfaaUgeHanPg4MHXI_VEUd2CI4Qknx6YwdvNqaJ09ZY5uiuvgVtMU/s1600/burroughsorgone.jpg" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Burroughs, com seu acumulador de orgônios, 1974.</span></td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><span style="line-height: 150%;">No
fim de 1949, partiu com Joan e as duas crianças, Billy e Julie, para
a Cidade do México, onde acabou por se matricular na </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i>Mexico
City College</i></span><span style="line-height: 150%;">,
estudando História Maia e Asteca e linguagem Maia. Continuava
mal-visto pela vizinhança, mergulhado na heroína e ostentando um
casamento altamente promíscuo, com ambos saindo ocasionalmente, cada
um por sua parte, com diferentes rapazes. Foram visitados por Elvins
e sua esposa, que encorajaram Bill a escrever. Kells sempre se
impressionou com sua memória, senso de humor seco e habilidade em
contar histórias e deu ao amigo a autoconfiança necessária para
fazê-lo começar. Elvins insistia que ele narrasse linearmente suas
experiências como usuário de drogas pesadas. Bill, mesmo chapado,
trabalhava diariamente, escrevendo em ordem cronológica, como um
diário. Em dezembro de 1950 o primeiro rascunho do livro estava
pronto, chamado inicialmente </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i>Junk</i></span><span style="line-height: 150%;">
(lixo, droga, porcaria). No livro, a palavra </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i>junk</i></span><span style="line-height: 150%;">
refere-se somente aos opiáceos injetáveis: heroína e morfina.</span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqZw3uO_SdMvoQbwwZuROwpQ6LVtsCKjh7cWxIQGAUNIyV0S9xcG3hrsO2xmgAXE6SRGRUE7gooQjBEifhS9RXwoATK3Q24cTo5JsOk1jmg6AJNYmh1N0CTY7LR57Ry9jXvvQYMlNC6qU/s1600/William-S-Burroughs-william-s-burroughs-24456800-400-251.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqZw3uO_SdMvoQbwwZuROwpQ6LVtsCKjh7cWxIQGAUNIyV0S9xcG3hrsO2xmgAXE6SRGRUE7gooQjBEifhS9RXwoATK3Q24cTo5JsOk1jmg6AJNYmh1N0CTY7LR57Ry9jXvvQYMlNC6qU/s1600/William-S-Burroughs-william-s-burroughs-24456800-400-251.jpg" height="200" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">O escritor usou drogas com altíssimo potencial de causar dependência</span></td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQJRG9og7EtA7Q9dAGR053qVw0aVWLEdSeCH0aaX4K-cbRvDIVmohpQahVrpu0OvM2RlJqhyen-7wObEjXIsqH4hQkpRcboZTVPldzz4O0BQo8ZGgYYdNRJYYxbrlblIjOc8ohlMvbtwk/s1600/02-burroughs20sr-2020junkie20cover.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQJRG9og7EtA7Q9dAGR053qVw0aVWLEdSeCH0aaX4K-cbRvDIVmohpQahVrpu0OvM2RlJqhyen-7wObEjXIsqH4hQkpRcboZTVPldzz4O0BQo8ZGgYYdNRJYYxbrlblIjOc8ohlMvbtwk/s1600/02-burroughs20sr-2020junkie20cover.jpg" height="200" width="133" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Capa da edição original</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;"><br />
Em
1953, foi
publicado <span style="font-size: small;"><i>Junkie:
confissões de um viciado irrecuperável</i></span>.
<i>Junky</i>
é um livro seco, sem volúpias(²).
Mas o
primeiro texto com assinatura de William Burroughs, a </span><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">“Carta de um perito no vício em drogas perigosas”,</span><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;"> seria publicado somente em 1957, no </span><i style="color: #ffe599; line-height: 150%;">British Journal of Addiction</i><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">.
Embora </span><span style="color: #ffe599; font-size: small; line-height: 150%;"><i>Junky</i></span><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">
tenha sido publicado antes, foi sob o pseudônimo William
Lee (tentando esconder sua identidade de drogado de sua mãe, Laura Lee, obteve, obviamente, um retumbante fracasso), um dos diversos
adotados por Will Deninson, Old Bull Lee etc.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #ffe599;"><br />
<br />
</span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-size: large;"><b>A rotina William Tell</b></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"> Logo
após ter vivido uma aventura no Equador, duplamente frustrada em seu
interesse de encontrar o yagé e ter relações sexuais com seu
companheiro de expedição, Lewis Marker, que não era gay, um
episódio mudaria todo seu futuro. Em 6 de setembro de 1951, logo
após voltar da expedição frustrada, <span style="font-size: small;"><i>Bill
ouviu o assovio de um amolador de facas na rua</i></span>,
sentiu lágrimas escorrendo dos olhos e perguntou o que havia de
errado consigo mesmo. Com dificuldade de respirar, sentindo-se
deprimido, voltou para o apartamento e começou a beber intensamente,
a tarde toda, com Joan. Estavam sem grana e Bill ia vender uma arma.
Esperavam o comprador no apartamento de um amigo, quando Bill
abriu sua bolsa de viagem, puxou a arma para fora e disse<span style="font-size: small;"><i>
É hora de nossa rotina William Tell. Ponha um copo na cabeça.
</i></span>Rotinas
eram uma invenção literária de Burroughs, baseada em fragmentos
espontâneos, entre realidade e ficção. Mas eles
nunca tinham feito uma rotina Guilherme Tell. Joan, que também
estava muitíssimo embriagada, gargalhou e colocou um copo de água
em sua cabeça, como se tratasse de algo muito habitual. Bill atirou
e o copo caiu no chão, ileso, enquanto Joan despencou na cadeira. A
bala atingira seu cérebro pela testa e ela foi declarada morta na
entrada do Hospital da Cruz Vermelha. </span><br />
<span style="color: #ffe599;">Bill foi solto sob fiança, mas
tinha que comparecer semanalmente à prisão para assinar documentos.
Julie foi enviada aos cuidados dos avós maternos, Billy aos cuidados
dos avós paternos e Burroughs ficou sozinho no México. Mais de 30 anos
depois, escreveria ter sido <span style="font-size: small;"><i>forçado
à horrorosa conclusão </i></span>de
que nunca teria se tornado de fato um escritor<span style="font-size: small;"><i>
senão pela morte de Joan. </i></span></span><br />
<span style="color: #ffe599;">William Seward Burroughs II parece sempre ter vivido sob uma ameaça de possessão e <span style="font-size: small;"><i>uma
</i></span><span style="font-size: small;"><i>constante
necessidade de escapar da possessão</i></span><span style="font-size: small;"><i>,
do Controle</i></span>.
Mas, em sua própria avaliação, foi a morte de Joan que o colocou
<span style="font-size: small;"><i>em
contato com o invasor, o Ugly Spirit</i></span>,
e lançou-lhe em <span style="font-size: small;"><i>um
esforço de uma vida inteira, no qual não</i></span>
teve <span style="font-size: small;"><i>escolha
senão escrever </i></span>sua<span style="font-size: small;"><i>
rota de fuga</i></span>.
Escrever se tornou uma forma de fazer fugir, ou de tentar escapar
desse controle que parece vir de fora, como um espírito obsessor.
Controle permaneceu uma preocupação constante para o escritor.</span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6WzlHBY7F8KCrj2BBEXic8mz8vHfGXCwy_MiD-ARteQSodCE8OsVVZMYCsvZ60kTZxd11ZUOVnK_dQ-Ha6X93cuXZS33nj-vFKxIh19Ilw5i_s_RhuwSBB70aBpVdkQBAvsIk0eP-R5k/s1600/killsjoanvollmer.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6WzlHBY7F8KCrj2BBEXic8mz8vHfGXCwy_MiD-ARteQSodCE8OsVVZMYCsvZ60kTZxd11ZUOVnK_dQ-Ha6X93cuXZS33nj-vFKxIh19Ilw5i_s_RhuwSBB70aBpVdkQBAvsIk0eP-R5k/s1600/killsjoanvollmer.jpg" height="366" width="400" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Notícia da morte de Joan Vollmer</span></td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-size: large;"><b>Da
América do Sul ao Marrocos</b></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"> Em
1952, Bill começou a trabalhar em outro livro, <span style="font-size: small;"><i>Queer</i></span>.
Em janeiro de 1953, partiu em uma expedição às selvas da América
do Sul, em busca da ayahuasca, relatada em correspondências trocadas com Allen Ginsberg, que viriam a ser publicadas </span><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">posteriormente</span><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;"> como</span><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;"> </span><i style="color: #ffe599; line-height: 150%;">Cartas do Yage</i><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">. Em maio, quando Burroughs estava em Lima,
</span><span style="color: #ffe599; font-size: small; line-height: 150%;"><i>Junkie</i></span><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">
foi publicado pela Ace Books em uma tiragem de 100.000 cópias. </span><span style="color: #ffe599; font-size: small; line-height: 150%;"><i>Queer
</i></span><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">seria
publicado somente em 1986, 33 anos após ter sido escrito. Embora o
autor considerasse este uma continuação de </span><span style="color: #ffe599; font-size: small; line-height: 150%;"><i>Junkie</i></span><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">,
há uma mudança na estratégia narrativa, que passa da primeira para
a terceira pessoa. No entanto, o contraste entre tais livros é,
de certo modo, sutil, pois, como diz o autor, </span><span style="color: #ffe599; font-size: small; line-height: 150%;"><i>a
terceira pessoa é de fato primeira pessoa. </i></span><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">Ou
seja, o ponto de vista do narrador em </span><span style="color: #ffe599; font-size: small; line-height: 150%;"><i>Queer</i></span><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">
é o de William Lee:</span><span style="color: #ffe599; font-size: small; line-height: 150%;"><i>
quando alguém sai de onde Lee está, desaparece até que ele o veja
no</i></span><span style="color: #ffe599; font-size: small; line-height: 150%;"><i>vamente.</i></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnzxyLf0OCDaxviYBxto6vbR5z1_4st6DqyLwqXEvkgFpKwvwPAPaTUUG1wF0B78o5o62B_R0mkA0oot4IM54hSoGQfKvTJ3-ODY7euPXJ8pUGiSDX_SpzU0vk29CuQ0WWupj7bDHWJJE/s1600/william-burroughs.allen-ginsberg.by-hank-oneal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnzxyLf0OCDaxviYBxto6vbR5z1_4st6DqyLwqXEvkgFpKwvwPAPaTUUG1wF0B78o5o62B_R0mkA0oot4IM54hSoGQfKvTJ3-ODY7euPXJ8pUGiSDX_SpzU0vk29CuQ0WWupj7bDHWJJE/s1600/william-burroughs.allen-ginsberg.by-hank-oneal.jpg" height="252" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Allen Ginsberg e William Burroughs</span></td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><span style="line-height: 150%;">Em
dezembro de 1953, Bill deixou New York e foi para Tangier,
no Marrocos.
Convidou Ginsberg, por quem estava apaixonado de modo
ultra-dependente, para irem juntos, tendo tido o convite rejeitado
pelo amigo e admirador. Em Tangier, Bill se sentia só, isolado e
perseguido pela morte de Joan. Apesar do vício intenso (chegou a se
aplicar Eukodol a cada duas horas), trabalhava duro na escrita e nas
cartas trocadas com Allen, que permaneceu como receptor das rotinas
de
Bill, nas quais Tangier era chamada </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i>Interzone</i></span><span style="line-height: 150%;">.
Nessa época, escrever não era mais um projeto, mas se tornou uma
parte essencial de sua vida. Bill </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i>tinha
</i></span><span style="line-height: 150%;">que
escrever, havia se tornado de fato um escritor. E Interzone era um
veículo perfeito, pois espelhava Tangier, que, entre 1945 e 1956, era uma terra independente e barata para viver. Durante o
período, Bill tentou diversos tratamentos auto-administrados para
seu vício, sem muito sucesso. Em 1956, pegou 500 dólares
emprestados de seus pais, quitou dívidas e se mudou para Londres,
para tentar um tratamento com apomorfina, substância que tenta fazer
as células corporais atingirem seu equilíbrio metabólico anterior
ao vício, removendo assim a necessidade celular da droga. Dessa vez,
foi melhor sucedido.</span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXhCHlrCpVmj47dkgwQ3lHDd11GBRtrW7aZyticMt6fT21YharM6O1yhn2a4_2wSRZuwmiY74kQ55yqY6A5bHKNOktnX5FbGziPSJ0J4SZqyhEF5hwS822E5tDAlLPatoojtrqapuwZFE/s1600/INTERZONE-720x480.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXhCHlrCpVmj47dkgwQ3lHDd11GBRtrW7aZyticMt6fT21YharM6O1yhn2a4_2wSRZuwmiY74kQ55yqY6A5bHKNOktnX5FbGziPSJ0J4SZqyhEF5hwS822E5tDAlLPatoojtrqapuwZFE/s1600/INTERZONE-720x480.jpg" height="213" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Convite para a celebração do centenário de Burroughs em Londres (<a href="http://societeperrier.com/uk/articles/london/take-a-trip-to-william-burroughs-interzone/#.Uu7wp_ldWSo" target="_blank">lugar secreto</a>)</span></td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"> De
volta a Tangier, Bill construiu um ambiente favorável à escrita,
com fotos e tiros na parede, um acumulador de orgônios e um
excelente <span style="font-size: small;"><i>majoun</i></span>
(doce de haxixe) caseiro. Pela primeira vez na vida, escrevia o tempo
todo. Nesse contexto foi produzido o material que iria compor seu
livro de maior sucesso, <span style="font-size: small;"><i>Naked
Lunch</i></span>,
assim como parte do material de <span style="font-size: small;"><i>The
Soft Machine</i></span>
e <span style="font-size: small;"><i>The
Ticket That Exploded</i></span>.
Bill costumava levar um bloco de notas para o jantar e fazia
anotações enquanto comia. Tomava majoun todo dia e acredita que não
teria conseguido o que conseguiu se não fosse por isso. A escrita
por fragmentos se tornou, a cada vez mais, um método rigoroso.
Escreveu para Allen que <span style="font-size: small;"><i>rotinas
são completamente espontâneas e provem de quaisquer conhecimentos
fragmentários de que você disponha</i></span>.
De fato, não pode existir algo como uma rotina exaustiva. Burroughs
sugeria que não faria diferença a ordem em que o material fosse
lido. Sobre seu método, dizia: <span style="font-size: small;"><i>é
quase escrita automática. Eu costumo sentar doido de haxixe por um
período que chega a seis horas de digitação em velocidade máxima</i></span>.
Embora as coisas estivessem indo bem em Tangier, Bill sentia saudades
de seus amigos americanos. Allen combinou ir com seu namorado, Peter
Orlovsky, e o amigo Jack Kerouac, ajudar a compilar e organizar os
manuscritos de Bill. Em 1959, foi publicado <span style="font-size: small;"><i>The
</i></span><span style="font-size: small;"><i>Naked
Lunch</i></span>,
livro que seria adaptado para o cinema em 1991, pelo canadense David
Cronenberg (o título do filme em português virou <span style="font-size: small;"><i>Mistérios
e Paixões</i></span>).</span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXN2adWY8KLnkx8FA451bf1a2hlKOwH5Oxw04XRNOrWjlklPHPAZTazXUDMPwpOEvLncG2c-swPIA9EDA84PxQfQYL1lXmPrCaBQjSdWHxK14uUABUj8GSItv0oHihEgD8NMCoBJF1iIQ/s1600/burroughs_copy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXN2adWY8KLnkx8FA451bf1a2hlKOwH5Oxw04XRNOrWjlklPHPAZTazXUDMPwpOEvLncG2c-swPIA9EDA84PxQfQYL1lXmPrCaBQjSdWHxK14uUABUj8GSItv0oHihEgD8NMCoBJF1iIQ/s1600/burroughs_copy.jpg" height="211" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Burroughs cumprimenta um Mugwump no set de filmagem</span></td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-size: large;"><b>Filho pródigo</b></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"> Como
diz Barry Miles, Burroughs é um escritor cujas
ideias, imagens e linguagem atingiram a população geral amplamente,
através filmes, vídeos, discos, fitas, ou obras de arte dos vários
artistas influenciados por sua imagem e ideias, sendo que estas
últimas atingiram pessoas que nunca leram seus livros e pensam nele
apenas como uma celebridade. Na leitura de Miles, cada um dos três
escritores beats mais famosos teve sua própria década: Kerouac, com
sua vida de fantasia livre na estrada, explodiu, nos anos 1950,
sobretudo para um público de <span style="font-size: small;"><i>cool
jazz </i></span>branco
(Brubeck, Baker, Mulligan). Ginsberg tinha alcançado certa
notoriedade e fama durante o julgamento por obscenidade de <span style="font-size: small;"><i>Howl</i></span>,
em 1957, mas foi para Europa e Índia, retornando somente em 1963,
tornando-se um dos gurus da geração hyppie. Em 1965, quando foi
lançado o álbum <span style="font-size: small;"><i>Call
me Burroughs</i></span>,
muitas pessoas diziam que não tinham compreendido Bill até ouvirem
sua <span style="font-size: small;"><i>voz
de marginal</i></span>
dizendo <span style="font-size: small;"><i>todas
aquelas coisas ultrajantes</i></span>.
Mas foi somente no final dos anos 1970 que ele de fato retornou à América
como filho
pródigo.
No <span style="font-size: small;"><i>Saturday
Night Live</i></span>,
em dezembro de 1981, Lauren Hutton o apresentou como <span style="font-size: small;"><i>em
minha opinião, o maior escritor americano vivo</i></span>.
Burroughs foi festejado e honrado não apenas por artistas
companheiros, mas pelos tipos mais diversos e inconvenientes. E
embora <a href="http://www.youtube.com/watch?v=qVbtLG4VSAQ" target="_blank">Lonesome Cowboy Bill</a> não quisesse nada com o mundo do rock, foram
os roqueiros que logo se ligaram nele, <span style="font-size: small;"><i>atraídos
por sua imagem ultrajante e referências a drogas</i></span>.
</span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKZPXp9OQ6BSHToDP0rc5IUCcatmTGup7Z93KqaJnURoTh9PMsINKxtrHL3MPTzYjzA3qN7FbgNYSd6a-fgJD54CzSnjzLS4lOqPZ7F7HQWSCR0fZR1HsQGbm3YqjG_d_uY1EErhDwtB4/s1600/call-me-burroughs.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKZPXp9OQ6BSHToDP0rc5IUCcatmTGup7Z93KqaJnURoTh9PMsINKxtrHL3MPTzYjzA3qN7FbgNYSd6a-fgJD54CzSnjzLS4lOqPZ7F7HQWSCR0fZR1HsQGbm3YqjG_d_uY1EErhDwtB4/s1600/call-me-burroughs.jpg" height="317" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Capa do disco de 1965</span></td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><span style="line-height: 150%;">Sua
influência no meio musical é enorme. Além de sua presença na capa
de </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i><a href="http://www.burroughs100.com/2/post/2013/09/the-burroughs-guy-an-interview-with-james-grauerholz-by-tom-king-text-and-audio.html" target="_blank">Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band</a></i></span><span style="line-height: 150%;">,
dos Beatles, há que se contar também o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Soft_Machine" target="_blank">Soft Machine</a>,
banda inglesa de rock psicodélico, da qual participava o poeta
australiano Daevid Allen. Dave era, em Paris, parte da cena centrada
em torno do Beat
Hotel(³)</span><span style="line-height: 150%;">;
conhecia Burroughs e o pessoal da editora Olympia, daí, quando se
mudou para Londres, em 1966, para montar um grupo de rock, pegou o
nome de um livro de Burroughs</span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i>.</i></span><span style="line-height: 150%;">
Há também o grupo folk nova-iorquino <a href="http://www.youtube.com/watch?v=_AYAhygFzOU" target="_blank">Mugwumps</a> (nome dado em
referência a personagens de </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i>Naked
Lunch</i></span><span style="line-height: 150%;">),
formado em 1964, por Zal Yanovsky e John Sebastian, posteriormente
pertencentes ao <a href="http://www.lovinspoonful.com/" target="_blank">Lovin' Spoonfull</a>. Para darmos mais alguns poucos exemplos (haveria inúmeros outros), tem a banda <a href="http://www.youtube.com/watch?v=tgYuLsudaJQ" target="_blank">Steely Dan</a>, nome de um vibrador no livro </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i>Naked
Lunch</i></span><span style="line-height: 150%;">, cujo título inspirou o nome de uma banda obscura de <a href="http://www.youtube.com/watch?v=guaB1Kgk1ts" target="_blank">San Francisco</a> e de onde foi também tirado nada menos que o termo que definiu todo um
estilo musical: </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i><a href="http://blog.kollector.com/blog/william-burroughs-heavy-metals-dad" target="_blank">heavy metal</a></i></span><span style="line-height: 150%;">.</span></span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBXiXvsRhFAyjnCHdgTVtH5A1RyzVx9WTzsdA7N0nGYqxLfK0ags-PsEsGZhKhJve_En8_2a5RcyHAR3ZC1hvxN8U4qMLSSgtDD60RspJgKK9sdDr6qpM2OSdsivIK1A2Kw4jU5628ONs/s1600/wsbjimipage.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBXiXvsRhFAyjnCHdgTVtH5A1RyzVx9WTzsdA7N0nGYqxLfK0ags-PsEsGZhKhJve_En8_2a5RcyHAR3ZC1hvxN8U4qMLSSgtDD60RspJgKK9sdDr6qpM2OSdsivIK1A2Kw4jU5628ONs/s1600/wsbjimipage.jpg" height="266" width="400" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">William Burroughs e Jimmy Page</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;"><br /></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-size: large;"><b>O
padrinho do underground e o </b><i><b>Ugly
Spirit</b></i></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0LkMN4LfVWuzbtnazxzcXgOPS_bRct7yTARhNZcJ81IxpPbEF-ijvDwbi5nu48yk2eI11aDGLopMVJthdleSd-uxd8SCXYxpKOYZWuQ_teNMhKsWXdWf19Lokli_jnBBPM9Jauu4kKIw/s1600/burroughsdylon.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0LkMN4LfVWuzbtnazxzcXgOPS_bRct7yTARhNZcJ81IxpPbEF-ijvDwbi5nu48yk2eI11aDGLopMVJthdleSd-uxd8SCXYxpKOYZWuQ_teNMhKsWXdWf19Lokli_jnBBPM9Jauu4kKIw/s1600/burroughsdylon.jpg" height="223" width="400" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">William Burroughs e Matt Dillon, em <i>Drugstore Cowboy</i>, de Gus Van Sant</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;"> Burroughs
era uma presença forte, embora um tanto quanto invisível. Os filmes que fez com Anthony Balch, <span style="font-size: small;"><i><a href="http://www.youtube.com/watch?v=Fs8DOdonxno" target="_blank">Towers Open Fire</a></i></span>
e <span style="font-size: small;"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=n7_Y0NvLtH4" style="font-style: italic;" target="_blank">Cut Ups</a>, </span>eram
sempre exibidos no UFO e outros clubes underground. David Bowie ficou
bastante familiarizado com este trabalho e escreveu as letras de seu
álbum de 1974, Diamond Dogs, utilizando a técnica<span style="font-size: small;"><span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
</span></span><span style="font-size: small;"><i>cut-up</i></span><span style="font-size: small;"><span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
</span></span>de
Burroughs, conforme mostra no documentário <a href="http://www.youtube.com/watch?v=HnIBBkgkO5o" style="font-style: italic;" target="_blank">Cracked Actor</a>(4). No final dos anos 1970, os punks descobriram Burroughs e mais um
punhado de nomes foram tirados de seus livros, como o da banda <span style="font-size: small;"><i><a href="http://www.youtube.com/watch?v=-AwuVvj-UGY" target="_blank">Dead Fingers Talk</a>. </i></span>Já nos anos 1990, <span style="line-height: 150%;">o Sonic Youth aparece no CD de Burroughs </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i><a href="http://www.youtube.com/watch?v=5Pn79iNS-Js" target="_blank">Dead City Radio</a></i></span><span style="line-height: 150%;">
e Kurt Cobain gravou um disco com ele, chamado <a href="http://www.youtube.com/watch?v=1Pfd3OtPQoA" target="_blank">“</a></span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i><a href="http://www.youtube.com/watch?v=1Pfd3OtPQoA" target="_blank">The priest” they called him</a></i></span><span style="line-height: 150%;">
(em 1989, Bill havia feito uma ponta no filme </span><span style="font-size: small; line-height: 150%;"><i><a href="http://www.youtube.com/watch?v=YGFrKow2KfA" target="_blank">Drugstore Cowboy</a></i></span><span style="line-height: 150%;">,
de Gus van Sant, interpretando um padre viciado em heroína). O
músico Glenn Branca chegou a dizer</span><span style="line-height: 150%;"> que Burroughs possui a chave para a escrita <a href="http://www.glennbranca.com/cyber.html" target="_blank">cyberpunk</a>.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd9sGrwLDJvugImb0_18lDbN9plnyr8nlIIa8l_l6Mp0c5Zyoh3heeKYV9bteD8KJnS_rySR-jCO5FnG-aB3-VlSVHfMhYIGm91FofGfDOVPGnw2Hv-08zK3zbXqn2TkMXzrbFJqypwGk/s1600/wsb+funeral.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd9sGrwLDJvugImb0_18lDbN9plnyr8nlIIa8l_l6Mp0c5Zyoh3heeKYV9bteD8KJnS_rySR-jCO5FnG-aB3-VlSVHfMhYIGm91FofGfDOVPGnw2Hv-08zK3zbXqn2TkMXzrbFJqypwGk/s1600/wsb+funeral.jpg" height="141" width="200" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Wayne Propst no funeral do amigo</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;">Em agosto de 1997</span><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">, em consequência de uma complicação posterior a um ataque cardíaco,</span><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;"> Bill faleceu, ainda fascinando muita gente do meio artístico, sobretudo musical, como </span><a href="http://www.youtube.com/watch?v=DdorjqRbt_Q" style="line-height: 150%;" target="_blank">Patti Smith</a><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">, </span><a href="https://twitter.com/HowardBrookner/status/397323515596402688" style="line-height: 150%;" target="_blank">Lou Reed</a><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">, </span><a href="http://www.bookish.com/articles/incredible-photos-of-william-s-burroughs-with-mick-jagger-warhol-and-more" style="line-height: 150%;" target="_blank">Mick Jagger</a><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">, </span><a href="http://www.youtube.com/watch?v=o3euLzIBSVo" style="line-height: 150%;" target="_blank">Laurie Anderson</a><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">, </span><a href="http://www.youtube.com/watch?v=_MsO1FLYee8" style="line-height: 150%;" target="_blank">Frank Zappa</a><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">, </span><a href="http://dangerousminds.net/comments/rebels_a_journey_underground_w_timothy_leary_raw_william_burroughs" style="line-height: 150%;" target="_blank">Sex Pistols</a><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">, </span><a href="http://www.youtube.com/watch?v=-TQW_Fgq0b4" style="line-height: 150%;" target="_blank">Disposables Heroes of Hiphoprisy</a><span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">... Como entender tamanho potencial de contágio?</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; line-height: 150%;">Burroughs
dizia que a linguagem é um vírus. As palavras seriam imagens com
sentido e, tanto em sua materialidade quanto nas ideias que portam,
se propagariam como vírus. Em suma, as invenções de Burroughs contagiam. </span><br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7KKuIrGMPLlquTl3-GBbzRJPqyoPDrY5VZ3JZQN9tQnydAJtDE5-JCSPSTLMgZ4Ji6gbFcipu-hpx5kEJgmJ9K5Zf9GdjOXj27yzzMBauaJ1wcUNLudqkMY6LnCQvc_oKkT5vW7ZsIRE/s1600/Burroughs-and-Gysin.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7KKuIrGMPLlquTl3-GBbzRJPqyoPDrY5VZ3JZQN9tQnydAJtDE5-JCSPSTLMgZ4Ji6gbFcipu-hpx5kEJgmJ9K5Zf9GdjOXj27yzzMBauaJ1wcUNLudqkMY6LnCQvc_oKkT5vW7ZsIRE/s1600/Burroughs-and-Gysin.jpeg" height="216" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Brion Gysin e William Burroughs posam diante da Dream Machine</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599;"><span style="line-height: 150%;">Trata-se, acima de tudo, de uma tecnologia subversiva de comunicação:
das rotinas aos cut-ups, a espontaneidade e o trabalho com fragmentos
foram ganhando lugar cada vez mais estratégico em sua arte, como
táticas de guerrilha</span><em style="line-height: 150%;"><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">
para combater o</span></span></em><em style="line-height: 150%;"><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">
“</span></span></em><em style="line-height: 150%;">Ugly
Spirit</em><em style="line-height: 150%;"><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">”</span></span></em><em style="line-height: 150%;"><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">.
Bill viveu atordoado com o que teria causado aquele tiro na testa de
Joan: como foi possível que tudo tenha escapado ao controle? Uma vez
viu Gysin, em transe, anotar num papel “</span></span></em><em style="line-height: 150%;">The
Ugly Spirit shot Joan because...</em><em style="line-height: 150%;"><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">”.
Brion não foi capaz de completar a mensagem ao sair do transe,
mas Bill nomeou então o que o atormentava. O </span></span></em><em style="line-height: 150%;">Ugly
Spirit</em><span style="line-height: 150%;"><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;"> talvez equivalha ao controle da linguagem, dos corpos e do
pensamento pelas estruturas hegemônicas de poder. E Burroughs talvez seja, por sua vez, como um vírus instaurado nesse mesmo sistema de controle.</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599;"><span style="line-height: 150%;">OBS.: no fechamento deste texto, descubro que Barry Miles acaba de lançar uma nova biografia, por ocasião do centenário de Burroughs, anunciando se tratar da história da batalha entre William Burroughs e o </span><i style="line-height: 150%;">Ugly Spirit</i><span style="line-height: 150%;">. Chama-se </span><i style="line-height: 150%;"><a href="http://online.wsj.com/news/articles/SB10001424052702303465004579324750604337442" target="_blank">Call me Burroughs: a life</a></i><span style="line-height: 150%;">. </span><span style="line-height: 150%;">Pelo visto, não vai faltar assunto...</span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8hVxWyqIAI1E-wfMwaEKIIQiO9ke2mjtksXcT21qTsrpKKOCgbuWXyoHU387-KmfKyd8UK959DmIsRlO6hirE5H9Z98_KTzXol1jDGvXR0lslldALKNzCrc_Wju7xAPs3opsJRmUeb9g/s1600/Burroughswithhiscats.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8hVxWyqIAI1E-wfMwaEKIIQiO9ke2mjtksXcT21qTsrpKKOCgbuWXyoHU387-KmfKyd8UK959DmIsRlO6hirE5H9Z98_KTzXol1jDGvXR0lslldALKNzCrc_Wju7xAPs3opsJRmUeb9g/s1600/Burroughswithhiscats.jpg" height="640" width="524" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Burroughs e os inúmeros gatos que tinha em casa ao final da vida</span></td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.25cm; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">REFERÊNCIAS:</span></b></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.25cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0.3cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;"><http: abacus="" urroughs.htm="" wvegter.hivemind.net="" yberheroes=""></http:></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0.3cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;"><http: home.jsp="" unisys="" www.unisys.com=""></http:></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;"><em><span style="font-style: normal;">BURROUGHS,
William. A linguagem é um vírus. Em: </span></em><em><span style="font-style: normal;">COHN,
Sérgio (org.). </span></em><em>Geração
Beat</em><em><span style="font-style: normal;">.
Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2010.</span></em></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">______.
<i>Almoço
nu</i>.
Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">______.
Electronic revolution. Em:
GRAUERHOLZ,
James; SILVERBERG, Ira. <i>Word
virus: the William S. Burroughs reader</i>.
New York: Grove Press, 1998.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">______.
<i>Junky</i>.
Rio de Janeiro: Ediouro, 2005 (s. Intoxicações, v. 3).</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">______.
<i>Nova
Express</i>.
New York: Grove Press, 1992.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">______.
<i>O
gato por dentro</i>.
Porto Alegre: L&PM, 2008.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">______.
<i>Queer</i>.
London: Pan Books, 1986.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">______.
<i>The
Soft Machine</i>.
New York: Grove Press, 1992.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">______.
<i>The
Ticket that Exploded</i>.
New York: Grove Weidenfeld, 1987.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">______;
GINSBERG, Allen. <i>Cartas
do yage</i>.
Porto Alegre: L&PM, 2008.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">______;
KEROUAC, Jack.
<i>E
os hipopótamos foram cozidos em seus tanques</i>.
São Paulo: Companhia das letras, 2009.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0.3cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">FRIEDLANDER,
Paul. <i>Rock
and roll: uma história social</i>.
<em><span style="font-style: normal;">
Rio de Janeiro: Record, 2008.</span></em></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0.3cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">MISTÉRIOS
E PAIXÕES. Adaptação do original (<i>Naked
Lunch</i>,
de William Burroughs) e direção por David Cronenberg. Canadá/Reino
Unido, 1991. DVD 115 min..
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0.3cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">MILES,
Barry. <i>William
Burroughs: El hombre invisible – a portrait</i>.
New York: Hyperion, 1993.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0.3cm;">
<span style="color: #ffe599; font-family: inherit;">WILLIAM
BURROUGHS: POETA DO SUBMUNDO. Documentário. Direção Klaus Maeck.
Alemanha, 1986. DVD 54 min.</span><br />
<span style="color: #ffe599; font-family: Baskerville, serif;"><br /></span>
<span style="color: #ffe599; font-family: Baskerville, serif;"><b><br /></b></span><br />
<span style="color: #ffe599; font-family: Baskerville, serif;"><b>NOTAS:</b></span><br />
<span style="color: #ffe599; font-family: Baskerville, serif;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #ffe599; font-family: Baskerville, serif;">1 - </span><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">Em 1886, William Seward Burroughs fundou a </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">American Arythmometer Company</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> para comercializar sua própria invenção: uma máquina de somar cuja maior novidade era a impressão em papel. William faleceu em 1898. Em 1905, o nome da empresa foi mudado para </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Burroughs Adding Machine Company</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">, em sua homenagem. Em 1911, foi adicionada à máquina uma função de subtração. Em 1923, foi criada uma máquina com a função direta de multiplicação e o capital da empresa começou a se multiplicar: em 1925, enquanto a </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Remington</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> - que inventou, em 1873, a máquina de escrever - fabricava sua primeira máquina de escrever elétrica, a </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Burroughs </i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">produzia sua primeira calculadora portátil. Em 1927, a </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Remington</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> se fundiu com a </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Rand Kardex</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> (cardex é um sistema de fichas em armário, como vê-se em bibliotecas), para formar a </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Remington Rand</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">. Em 1940, a </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Burroughs </i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">produziu uma calculadora portátil para o governo dos Estados Unidos e, em 1948, as vendas da empresa ultrapassavam 100 milhões de dólares. Em 1952, deram seu primeiro grande passo para o desenvolvimento futuro de um computador, ao produzirem um sistema de memória eletrônica para o ENIAC (</span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Electrical Numerical Integrator and Calculator</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">). Em 1953, a empresa foi renomeada </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Burroughs Corporation</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">. Em 1961, lançaram a série B5000, primeiro computador dotado de memória virtual. Em 1986, a </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Burroughs </i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">fundiu-se com a </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Sperry Rand</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> (que já era resultado da fusão, em 1955, da </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Remington Rand </i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">com outra empresa, a </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Sperry Corp.</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">) para fundar a </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Unisys Corporation</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">, a segunda maior empresa de computadores, à época, atrás somente da IBM.</span><br />
<div align="JUSTIFY" class="sdfootnote-western" style="line-height: normal;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidGOx1rXd5436D4Jn5LS4Psnf4QR5peI8CExczMt7xlFix18DtmI4H5ZOxMscrztg80-lorDc90IKPyW9gTy-z975kBEUcQc9JVS1CKauztprrLS5ylIzkShTgwMZVPWTnjvDzgWd9IWo/s1600/burroughs+b5000.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: #ffe599;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidGOx1rXd5436D4Jn5LS4Psnf4QR5peI8CExczMt7xlFix18DtmI4H5ZOxMscrztg80-lorDc90IKPyW9gTy-z975kBEUcQc9JVS1CKauztprrLS5ylIzkShTgwMZVPWTnjvDzgWd9IWo/s1600/burroughs+b5000.jpg" height="185" width="400" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;"><span style="color: #ffe599;">B5000</span></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGb2xwJOlloQYBL2ZJ0ZlgDAH5M_TI-6VHpXD2rEKVwHf8n5v3toCO3olrUs7aYmokPaTUizw8EBuX3cmNyChrfj246ZemUKM7TmCwZX_MRxBrijbrHmU5_LGMo1shv6ushBLYoPY-JXs/s1600/Plaque_Beat_Hotel%252C_9_rue_G%25C3%25AEt-le-C%25C5%2593ur%252C_Paris_6.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGb2xwJOlloQYBL2ZJ0ZlgDAH5M_TI-6VHpXD2rEKVwHf8n5v3toCO3olrUs7aYmokPaTUizw8EBuX3cmNyChrfj246ZemUKM7TmCwZX_MRxBrijbrHmU5_LGMo1shv6ushBLYoPY-JXs/s1600/Plaque_Beat_Hotel%252C_9_rue_G%25C3%25AEt-le-C%25C5%2593ur%252C_Paris_6.jpg" height="164" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #ffe599;">Placa colocada na entrada do Beat Hotel</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #ffe599; font-family: Baskerville, serif;"><br /></span>
<span style="color: #ffe599; font-family: Baskerville, serif;">2 - </span><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">As duas grafias são utilizadas em referência ao mesmo livro. </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Junkie</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> ou </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">junky</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> é a pessoa viciada em drogas pesadas.</span><br />
<div>
<span style="color: #ffe599; line-height: normal;"><br /></span></div>
<span style="color: #ffe599; font-family: Baskerville, serif;">3 - </span><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">Hotel pequeno e de baixíssimo custo, em Paris, que se tornou uma espécie de ponto de encontro (e estadia) de uma série de artistas, entre meados dos anos 1950 e 1960. Dentre os diversos artistas</span><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">beats</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> </span><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> e afins que viveram lá (daí o apelido do Hotel), estavam Allen Ginsberg, Peter Orlovsky, William Burroughs, Gregory Corso e Brion Gysin. </span><br />
<span style="color: #ffe599; line-height: normal;"><br /></span>
<span style="color: #ffe599; line-height: normal;"><br /></span>
<span style="color: #ffe599; font-family: Baskerville, serif;">4 - </span><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">Os livros de Burroughs </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">The Soft Machine</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> (1961), </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">The Ticket that Exploded</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> (1962) e </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">Nova Express</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> (1964) se tornaram conhecidos como trilogia dos </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">cut-ups</i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">. O </span><i style="color: #ffe599; line-height: normal;">cut-up </i><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">é uma técnica de colagem que Bill aprendeu em 1959, com o artista plástico Brion Gysin. O</span><em style="color: #ffe599; line-height: normal;"><span style="font-style: normal;"> tipo mais simples consiste em cortar uma página de um texto ao meio horizontalmente, juntar os dois pedaços resultantes e cortar ao meio verticalmente. Isso gera quatro seções: </span></em><em style="color: #ffe599; line-height: normal;">a seção 1 é então colocada ao lado da seção 4 e a seção 3 ao lado da seção 2, em uma nova sequência. Levando isso adiante, podemos quebrar a página em unidades cada vez menores em sequência alterada </em><em style="color: #ffe599; line-height: normal;"><span style="font-style: normal;">(é mais fácil entender assistindo a um <a href="http://www.youtube.com/watch?v=X0F0Tcqn7eE" target="_blank">vídeo</a></span></em><em style="color: #ffe599; line-height: normal;"><span style="font-style: normal;">). O importante é aproveitar encontros casuais entre os textos, que acabam pr</span></em><em style="color: #ffe599; line-height: normal;"><span style="font-style: normal;">oduzindo sentido. Não se trata de aproveitar todos os encontros. Certo trecho pode ser ou não utilizado; e, caso seja, pode ser ou não alterado</span></em><span style="color: #ffe599; line-height: normal;">. </span><em style="color: #ffe599; line-height: normal;">Cut-ups</em><span style="color: #ffe599; line-height: normal;"> podem ser de diversos tipos, não apenas textos, mas também sons, fotos, vídeos etc.</span></div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-49708792822765831502013-11-01T01:17:00.001-02:002013-11-01T01:17:55.177-02:00esto uadi gitar<br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">quando criança, ouvindo um adulto dizer pro outro e aí eu paro diante do espelho e fico mirando meu reflexo e vou me transformando totalmente e a criança lembrando da vó ao dizer para eles meus netos vocês não imaginam como era o som do lobisomem arranhando a porta no meio da madrugada na casa de minha vó e ele pulou pra cima da velha e estraçalhou a velha toda e ela morreu a criança tinha oito anos foi logo depois e o adulto que disse pro outro virou essa velha ou melhor o lobisomem que apareceu na tela era michael jackson, terrível lembrança do desespero de um ser humano se transformar em um animal assustador ainda que tosco mas o arrepio do pelo do lobo veio pelos ares por instantes e a cabeça foi lançando de uma vez tudo pro papel, sem revisar. mentira, isso não é papel, estou a digitar.</span></div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-89053393479308101812013-09-26T12:48:00.001-03:002015-06-14T23:15:34.219-03:00Livro Ritmo e subjetividade disponível gratuitamente<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Em 16 de setembro de 2011, ocorreu o lançamento do livro <i>Ritmo e subjetividade: o tempo não pulsado</i>, à venda pela <a href="http://editoramultifoco.com.br/loja/product/ritmo-e-subjetividade-o-tempo-nao-pulsado/" target="_blank">Editora Multifoco</a> e na <a href="https://www.facebook.com/livrariauniverso.ufrj" target="_blank">Livraria Universo</a>. Este mês, comemorando dois anos do lançamento, o pdf do livro foi disponibilizado para <a href="http://www.academia.edu/927240/Ritmo_e_subjetividade_o_tempo_nao_pulsado" target="_blank">leitura on-line</a>. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">O livro perfaz um passeio amoroso - simultaneamente aéreo e subterrâneo - por fluxos transversais de afetos, perceptos, funções e conceitos que ora deslizam pelas superfícies ondulantes da música e da filosofia; ora tropeçam em buracos e rugosidades da mesma superfície, podendo talvez cair, submergir, se aprofundar; ora saltam pelas mesmas, retornam, giram pela diagonal e correm de volta; ora deslizam, derretem, explodindo as cabeças e se espalhando como fumaça afrodisíaca, arrastadas pelas forças expansivas da dança cósmica.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">O que andam dizendo sobre o livro:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"Super atraente e estimulante" (José Miguel Wisnik)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"Livro sensacional" (Mariana Bley)</span><br />
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">"O livro Ritmo e Subjetividade de Sandro Eduardo Rodrigues nos lança em um campo problemático onde se entrecruzam os estudos da subjetividade e da música. A pesquisa transdisciplinar criou seu problema no limite entre a investigação do ritmo na linguagem musical e na produção de subjetividade. Entre estes domínios da pesquisa, um tema comum os entrelaça: a experiência do tempo – tempo musical, tempo do processo de subjetivação – e em cada um deles havendo que se distinguir ritmos, frequências da duração, temporalidades pulsadas e não pulsadas, tempos lisos e estriados, formas rítmicas e ritmos amorfos, Cronos e Aion como figuras míticas do tempo que dão a inflexão a cada uma das diferentes experiências. Tais distinções feitas à base de um meticuloso trabalho de artesanato conceitual lançam o texto por experimentações vividas como afinidades eletivas. Dentre estas, sem dúvida, o pensamento de Deleuze e Guattari percorre o texto de Sandro como um fio de inspiração metodológica, como um leitmotive que dá unidade à composição sem a fechar na forma orgânica que poderia ter um livro" (Eduardo Passos)</span><br />
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: #9fc5e8;">"de grátis na web, pra pensar e sentir e lerouvir e verbivocovisualizar os </span><i style="color: #9fc5e8;">fluxos transversais de afetos, perceptos, funções e conceitos</i><span style="color: #9fc5e8;"> de meu insightful parça Sundream vulgo Sandro Rodrigues, a.k.a. Digital Ameríndio, talentoso e perspicaz like an old devil" (Simplício Neto)</span></span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: #9fc5e8;"><br /></span></span>
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">"Eis uma dualidade. acreditar que o Chapeleiro pode ser uma espécie de filósofo scenopoieta atemporal. e Então o Paradoxal estabelecido do encontro de Sandro Rodrigues ao Digital Ameríndio, ou quase isso" (Thiago Abrantes)</span><br />
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">Portanto, eis o convite: baixem o livro, aproveitem o passeio e não deixem de partilhar a viagem!!!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Beijos e vinhos,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Sandro Rodrigues.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAkAN8yQZDC9S2ehQCCME1JOunEEAZGt_8vKTNQdswP18G2bsolCUAwbhNHolhrUMO-BxFlDhSVlfpizR_I9vn_3taW3a4sYL6BxnseDkgwoT0m0U4KQV2zUwj-nrVaq1t5kstA5XC-bQ/s400/capa-ritmoesubjetividade-frente.jpg" width="266" /><span id="goog_1205558803"></span><span id="goog_1205558804"></span><a href="http://www.blogger.com/"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.800000190734863px; line-height: 13.600000381469727px;"><br /></span></div>
</div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-74875225346584581202013-09-10T00:23:00.000-03:002014-01-06T23:27:32.248-02:00O PLC-37/2013<div align="CENTER" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> O
ano de 2013 no Brasil vem sendo marcado por intensos protestos nas
ruas, com pautas diversas de interesse coletivo. Inúmeros atos
públicos, constantemente dispersados pela polícia com bombas de
gás, sprays de pimenta e balas de borracha, dentre outras
estratégias violentas. A morte de nove pessoas na favela da Maré,
no Rio de Janeiro; manifestantes sendo perseguidos em todo país;
outras mortes; o desaparecimento suspeito de um pedreiro, morador da
favela da Rocinha, suscitando uma pergunta que ecoou no mundo todo:
<i>Cadê
o Amarildo?</i>
Mídias independentes mostrando a covardia policial e evidenciando
processos de manipulação da informação, utilizados pela grande
mídia interessada nos lucros gerados por mega-eventos, como a Copa
das Confederações, as Olimpiadas, a Jornada Mundial da Juventude, a
Copa do Mundo, o Rock in Rio... É forjada a imagem do “vândalo”,
como responsável pela violência nos protestos. Enquanto uma das
pautas mais presentes nos atos diversos é a desmilitarização das
polícias, a pauta predominante nos veículos da grande mídia
continua tagarelando diariamente com a fórmula maçante “o
protesto correu pacífico (…) até que vândalos (…) e a polícia
teve que (...)”, tentando desviar, assim, nossa atenção, do modo
covarde e mascarado como essa violência de Estado é produzida e
alimentada.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Em
meio a onda de protestos, o Legislativo acelerou a tramitação de
alguns importantes <a href="http://www12.senado.gov.br/noticias/Arquivos/2013/06-1/pauta-prioritaria-senado-e-camara" target="_blank">projetos de lei</a>,
sem o devido debate com os setores sociais interessados, atentando
assim contra a democracia. Tal é o caso do Projeto de Lei da Câmara
nº 37/2013, colocado em regime de urgência, sob a justificativa de
“responder a reivindicações por segurança”
que estariam sendo feitas nas ruas. Estranha afirmação, até porque a proposta com a qual o Senado estaria supostamente
respondendo a reivindicações por segurança é uma verdadeira
afronta à segurança e à saúde.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> O
PLC-37 – antigo <a href="http://www.camara.gov.br/sileg/integras/789804.pdf" target="_blank">PL 7663/2010</a>, de autoria do deputado Osmar Terra –,
que visa alterar a atual legislação sobre drogas, já havia sido
rejeitado por órgãos do Executivo, por ir em direção oposta ao
que preconizam diversos atores sociais e agências internacionais.
Assim, a tentativa de acelerar sua aprovação é uma afronta à
democracia, enquanto suas principais propostas representam uma
verdadeira agressão à
saúde e à segurança. O texto do projeto prevê o aumento
das penas por tráfico de cinco para oito anos de detenção, a
internação involuntária para os usuários e a criação de um
sistema paralelo para o tratamento, que, fora do SUS e da alçada do
Ministério da Saúde, financia as chamadas comunidades terapêuticas
(CTs),
ligadas, em sua maioria, <a href="http://coletivodar.org/2013/07/sobre-drogas-seguranca-saude-e-oportunismo-politico/" target="_blank">a entidades religiosas</a>.
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Foi
marcada para hoje, às 9:30, uma <a href="http://www.senado.gov.br/atividade/comissoes/default.asp?origem=SF" target="_blank">audiência pública</a> para instruir
o PLC-37, com a participação de representações do SENAD, do CFP,
das Comunidades Terapeuticas, da
Rede Justiça Criminal, da Rede Nacional Internúcleos de Luta
Antimanicomial, do Fórum Brasileiro de Gestores de Políticas sobre
Drogas, do Colegiado de Conselhos Estaduais de Políticas Sobre
Drogas, da
Rede Pense Livre e médicos.
Enquanto aguardamos ansiosamente os efeitos do encontro, cabe aqui
um esboço de análise dos retrocessos em relação à
abordagem ao tema, contidos nas três propostas acima.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>O
aumento das penas por tráfico</b></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Em
23 de agosto de 2006, foi promulgada a Lei nº 11.343 sobre
drogas, atualmente em vigor. Naquele momento, a extinção da pena
privativa de liberdade pela posse de drogas para uso pessoal, contida
no texto da lei, foi comemorada por muitos como um avanço em direção
à cidadania. Pelo texto da nova lei, usuários de drogas não seriam
mais presos por uso. O avanço, no entanto, é ilusório: a abordagem
ao tema é ainda proibicionista e medicalizante; portanto, violenta.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> A
Lei 11.343/06 foi promulgada em meio a um clima mundial de
reconhecimento dos fracassos do proibicionismo em reduzir a
circulação e o consumo de drogas. Como afirma a juíza aposentada
Maria Lucia Karam, na coletânea <i><a href="http://www.neip.info/index.php/content/view/91.html" target="_blank">Drogas e cultura: novas perspectivas</a></i>, o proibicionismo é uma política
que, há décadas, vem orientando a legislação brasileira a
respeito de produtores, distribuidores e consumidores de “substâncias
psicoativas e matérias-primas para sua produção, que, em razão da
proibição, são qualificadas de drogas ilícitas”. Para começar,
a divisão usual entre drogas lícitas e ilícitas não se justifica
por características farmacológicas das substâncias, mas trata-se
de uma arbitrariedade do próprio proibicionismo, essa política que
obedece a uma “lógica” tripartite, segundo a qual: a produção,
distribuição, prescrição e consumo de drogas produzidas pela
indústria farmacêutica são considerados benefícios
inquestionáveis; a produção, distribuição e consumo de ácool e
cigarros são tidos como espécie de bem cultural, constantemente
alimentado pela publicidade, assim como pelo financiamento de grandes
eventos por tais indústrias; enquanto as drogas qualificadas como
ilícitas são consideradas um problema de segurança internacional
por excelência, justificando-se, assim, o combate à sua produção,
distribuição e consumo. O
proibicionismo trata as drogas ilícitas como um mal em si,
convenientemente calando sobre dependência e efeitos colaterais
causados pelo crescente consumo de cigarro, álcool e medicamentos. A
distinção entre permitido e proibido é jurídico-moral.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> A
chamada política de “guerra às drogas”, expressão militarizada
do proibicionismo, não se configura, tampouco, como uma guerra ao
perigo inerente a certas substâncias, mas como uma guerra a seus
produtores, distribuidores e consumidores: ou seja, uma guerra contra
vidas humanas. Mas, para que os governos se digam democráticos e, ao
mesmo tempo, sustentem essa guerra absurda, é preciso corromper a
própria ideia de democracia, criando “inimigos internos”,
criando uma imagem assustadora dos produtores, distribuidores e
consumidores das drogas classificadas como ilícitas, sem qualquer
critério plausível para que se considere o consumo de tais drogas
mais perigoso que drogas como o álcool, o cigarro e certos
medicamentos, cujo registro de problemas de saúde ligados
diretamente ao consumo é infinitamente maior que o registro de
problemas de saúde causados por propriedades farmacológicas nocivas
das substâncias tornadas drogas ilícitas por conta de sua
proibição. O proibicionismo mostrou-se um fracasso, não apenas por
ser incapaz de diminuir a circulação e o consumo de drogas, mas por
aumentar a violência associada, assim como estimular a criação de
compostos mais danosos e potencialmente viciantes, como o <i>crack</i>.
No entanto, mesmo com as drogas mais fortes de hoje, a maior
violência não resulta de seus efeitos farmacológicos, mas ainda de
sua criminalização. Como
afirma <a href="http://www.neip.info/index.php/content/view/91.html" target="_blank">Karam</a>, “em matéria de drogas, o perigo não está em
sua circulação, mas sim na proibição, que, expandindo o poder
punitivo, superpovoando prisões e negando direitos fundamentais,
acaba por aproximar democracias de Estados totalitários”.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Assim,
embora a Lei 11.343/06 despenalizasse o uso, aumentou a pena do
tráfico e, nessa barganha, acirrou-se o proibicionismo, violentando
produtores e distribuidores, atingindo usuários e toda a sociedade.
Na lei, produção e distribuição são qualificadas como “tráfico”,
cuja penalização aumentou em relação à legislação anterior. Na
então revogada Lei 6.368/76, a pena mínima para o tráfico era de
três anos de reclusão. Com a Lei 11.343/06, a pena mínima aumentou
para cinco anos.
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Maria Lucia Karam é atual membro da <a href="http://www.leapbrasil.com.br/quem-somos/a-leap" target="_blank">LEAP</a> (<i>Law
Enforcement Against Prohibition</i>,
ou “Agentes da Lei Contra o Proibiocionismo”), instituição criada, em 2002, por integrantes ativos e
aposentados das forças policiais e da justiça criminal que alertam
sobre a falência das atuais políticas
de drogas em lidar tanto com a dependência quanto com a criminalidade causada pela criminalização do mercado das substâncias proscritas. A LEAP tem por secretário geral no Brasil
o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Orlando Zaccone, que aponta o tráfico de drogas como maior vetor de
criminalização dos novos tempos. Em sua <a href="http://www.revan.com.br/produto/ACIONISTAS-DO-NADA-375" target="_blank">pesquisa de mestrado</a>, Zaccone mostrou, com dados oficiais, como a criminalização produz
um altíssimo número de favelados presos como traficantes. Trata-se
de uma política de limpeza urbana.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Estatísticas
atuais apontam para um aumento em 30%, nos últimos dois anos, do
número de condenados por tráfico, aumento três vezes maior que o
da população carcerária total no período. Esse aumento não
diminuiu em nada o tráfico e a violência associada. A população
encarcerada é tipicamente de baixa escolaridade e baixo poder
aquisitivo, sem grande poder econômico ou estratégico dentro da
estrutura do narcotráfico internacional. A polícia e a grande mídia
comemora (embora possa também fazer o <a href="http://oglobo.globo.com/opiniao/ainda-tempo-de-evitar-desastrosa-lei-antidroga-9062255" target="_blank">contrário</a>) a cada prisão ou morte de “traficantes perigosos”,
estratégia que serve para desviar a atenção das grandes
instituições do capital que realmente se beneficiam do tráfico de
drogas ilícitas e se mantem ilesas.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Assim,
o aumento da pena para tráfico, proposto no PLC-37, é uma absurda
exacerbação do proibicionismo. A guerra às drogas é uma desculpa
para disfarçar o extermínio da pobreza. O que essa distinção
penal, entre usuários e traficantes – feita sem critérios claros
e deixando, assim, a primeira seleção a encargo de policiais –,
tem representado, de fato, é uma ampliação da população passível
de ser punida, assim como uma tentativa de disfarçar os critérios
estereotípicos pelos quais a polícia costuma eleger seus suspeitos,
ou mesmo transformá-los em criminosos. Aqueles
que, por sua vez, são enquadrados na categoria “usuário”, não
foram tampouco esquecidos pelo poder punitivo e sua “lógica”.
Algumas arbitrariedades também lhes foram reservadas.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>As
internações forçadas</b></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Há
muito que se luta para que o problema do abuso de drogas saia da
alçada da segurança pública para que possa ser abordado como uma
questão de saúde pública. Faz todo sentido, caso se considere, por
exemplo, a perda de autonomia de certos usuários perante uma forte
dependência à substância. No entanto, essa questão vem sendo
encaminhada de modo estranho nos últimos anos. Contra uma alegada
perda de autonomia, inerente a todo e qualquer usuário das drogas
tornadas ilícitas (todos considerados “doentes”, “viciados”,
como se não houvessem outros usos para tais substâncias), o Estado
propõe ações violentas que visam anular qualquer possibilidade de
gestão autônoma do uso de drogas, pelo recurso às internações
forçadas e à medicalização dos usuários (como se os medicamentos fossem drogas muito seguras, o que <a href="http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=22190914&sid=62497614515215142398067" target="_blank">estudos recentes</a> questionam). Assim, o Estado
sequestra a autonomia dos usuários. Sabemos que é com a aproximação dos
grandes eventos, mas “em nome da saúde”, que o governo do Estado do Rio de
Janeiro, por exemplo, vem realizando inúmeros atos violentos de
internação forçada de usuários (e “suspeitos” de uso) de
<i>crack</i> em situação de rua.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Tomar
as drogas como uma questão de saúde exige que se entenda, de saída,
que não há saúde possível sem autonomia e que se entenda também que
autonomia não é uma propriedade do indivíduo, mas se produz em
encontros, experiências coletivas, que ampliam nossas possibilidades de estabelecer novas normas, novos
ordenamentos para a vida. A
internação forçada dos usuários, em é um atentado à sua saúde e cidadania, pois trata-se de uma tática desumana de sequestro (incluindo spray de pimenta para a abordagem dos selecionados) e privação de liberdade, apartando os “usuários
e suspeitos” do convívio com a família e a comunidade, para
confiná-los em instituições normalizadoras no interior das quais pouca autonomia resta aos usuários (e mesmo a mera ameaça
constante desse sequestro já fomenta efeitos de exclusão, de paranoia).
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>O
financiamento das comunidades terapêuticas</b></span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Enquanto
a “guerra as drogas” anuncia o desejo de um mundo “livre das
drogas”, ou um “mundo sem drogas”, as internações forçadas
põe-se em ação com base em um discurso moral que implica amplo
retrocesso no que diz respeito à saúde. O PLC-37 propõe
um sistema paralelo para o tratamento, que, fora do SUS e da alçada
do Ministério da Saúde, alimenta financeiramente as comunidades terapêuticas
(CTs),
<a href="http://coletivodar.org/2013/07/sobre-drogas-seguranca-saude-e-oportunismo-politico/" target="_blank">ligadas, em sua maioria, a entidades religiosas</a>.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Em
6 de agosto, o Governo Federal lançou, através da SENAD (Secretaria
Nacional de Políticas Sobre Drogas), vinculada ao Ministério da
Justiça, órgão responsável pela gestão do sistema prisional, um
edital para grande repasse de recursos às comunidades terapêuticas,
voltadas para internações de longa duração, ignorando
conferências nacionais de saúde e assistência social que
recomendaram veto a tais tipos de repasse. Relatórios recentes do
Conselho Federal de Psicologia e do Comitê de Prevenção e Combate à Tortura do Estado do Rio de Janeiro evidenciaram relatos de tortura, assédio moral,
desrespeito ao sigilo de correspondência, assim como “conversão”
a determinados credos religiosos, além de mais uma série de graves
violações de direitos.</span><br />
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Trata-se, além de confinar corpos em espaços restritos e superlotados, de submetê-los a um regime de controle das condutas exercido com base na moral religiosa cristã que, junto com a justiça e a psiquiatria compõe uma rede de instituições que visam unicamente a abstinência. A psiquiatria, mais voltada para a doença mental, a justiça mais para a delinquência, e a moral cristã arremata, associando o prazer ao mal em um processo de culpabilização do uso. Dessa trindade, reverberam diversos estigmas, estereótipos, paranoias, <i>bad trips</i>...</span><br />
<br /></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Segue abaixo uma carta de repúdio a tal repasse, publicada na internet no dia 7 de setembro, pela Frente Estadual Drogas e Direitos Humanos - RJ.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgZx5rEIzWrYOcLTfDZVMmaZSWbW6lH-xszmp_0HdekrJZe0BpDic9cf2I3OlREcEB-HwjOaoexKedqcPuRYe29HW7qQsrF4eDzOwXQbOrad65M1QDipozGKQLSQB2iGyG0wDxUXbLQeQ/s1600/cartaFEDDHset2013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgZx5rEIzWrYOcLTfDZVMmaZSWbW6lH-xszmp_0HdekrJZe0BpDic9cf2I3OlREcEB-HwjOaoexKedqcPuRYe29HW7qQsrF4eDzOwXQbOrad65M1QDipozGKQLSQB2iGyG0wDxUXbLQeQ/s400/cartaFEDDHset2013.jpg" height="281" width="400" /></a></div>
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #9fc5e8; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-52168672361940823842013-05-03T16:20:00.000-03:002018-11-02T22:28:44.535-03:00A verdadeira história de Digital Ameríndio & (American Bigfoot) Mouse Mouse Joe<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkEZZTBtnICQR4IqGGOHfQdZfvZg_hTLoWOaZ8cyH8gwodfW66kvA9muPU9-7sghj6WklIelNuYw4fS-nL5QpnxGAyAxqNwy4Q85VHRSC6R3vJT5IfQ_VQFNu3AOaHlfuGgwj1eIbnjcU/s1600/abmmj.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="924" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkEZZTBtnICQR4IqGGOHfQdZfvZg_hTLoWOaZ8cyH8gwodfW66kvA9muPU9-7sghj6WklIelNuYw4fS-nL5QpnxGAyAxqNwy4Q85VHRSC6R3vJT5IfQ_VQFNu3AOaHlfuGgwj1eIbnjcU/s400/abmmj.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Digital Ameríndio foi o nome atribuído ao vigésimo oitavo protótipo de um sistema híbrido de comando, instalado tal como um parasita em um organismo humano específico, a saber, um daqueles que respondem pelo nome de Sandro Rodrigues. Trata-se de um sistema que pode ser operado à distância, por meio de ondas sonoras, de tal maneira que nunca se sabe ao certo quem está no comando. Por vezes, Sandro parece ditar as ordens, mas se ficamos atentos ao que motiva as ordens ditadas, acabamos por notar que ele apenas andou cuspindo letras, palavras, babando versos, expressões, citações, ou mesmo vomitando frases, parágrafos, refrões, textos de livros inteiros, que, com vida própria, o habitam involuntariamente, locomovendo-se continuamente em seu cérebro, como lesmas ou vermes sonoros que ameaçam consumi-lo até que todas suas energias passem a alimentar apenas as letras e imagens parasitas, pouco se importando com a saúde do organismo hospedeiro de quem assina como letrista. Sandro acredita precisar aprender a controlar suas retinas e intestinos, a lidar com o dispositivo Digital Ameríndio para salvar sua vida. Decide pedir ajuda e convida quatro exímios operadores e inventores de sistemas, linguagens, estratégias e expressões sonoras de eficácia comprovada nos âmbitos mais exigentes, para realizar alguns experimentos no laboratório sonoro de número 82b, na rua do Resende. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pedro, o Bonifrate, tem acionado, há mais de 700 anos, cordas eletroacústicas e vocais que geram consonância, além de pisar em equipamentos eletrônicos barulhentos que afastam formas de vida conformadas na compressão diária. Löis Lancaster é um professor, uma geração mais velho que Pedro, que usa cordas de outro tipo e que geram sub-frequências indutoras da hipnose, da apneia, do riso e da embriaguez lógica. Robson Riva, que usa mini-metralhadoras disfarçadas nos óculos, aprendeu, há cerca de 1500 anos atrás, a evocar as forças cósmicas da criação com seu chamado primal, coreografado no gesto acrobático das varinhas sonoras que estalam em caixas, pratos e tambores encantados, e dos pés que se agitam como polvos enlouquecidos. Gabriel Ares é chamado Maestro devido a sua experiência mais longa, alçando já, atualmente, a uma função harmonizadora no grupo. Dizem, mas ninguém comprova, que ele foi responsável pela síntese disjuntiva que deu origem ao Pão de Açúcar. Certeza é que usa máquinas controladas por teclas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na Rua do Resende, logo após as máquinas terem sido ligadas em conjunto, algo estranho acontece: a estrutura física do sistema Digital Ameríndio começa a se liquefazer por dentro do organismo de Sandro, a escorrer por suas vísceras e, abalando, por contágio, toda sua estrutura óssea, força a carne restante, desestruturada, a chacoalhar ensandecida, fora de prumo, em uma quebração bizarra, ao mesmo tempo muito lenta, ao mesmo tempo muito ágil. O corpo vibrante transpira e se agita, cada vez mais tresloucadamente se agita acelerado. E, lesado, transpira. E acelera tanto, e oscila, até que começa a inchar, a inchar sem parar, como um balão de gás, e a inflar-se até encher a sala todo inchado e, em meio a este frenesi alucinante, explode, espirrando para todos os lados um líquido metálico e viscoso que, ao respingar nos equipamentos e colegas presentes no laboratório, os curto-circuita, gerando uma espécie de ruído grafite estrondoso que, aos poucos, abre-se em névoas pútridas de onde emerge uma estranha individuação, cuja natureza, investigada posteriormente, convencionou-se considerar como a de um legítimo American Bigfoot. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Consta, nos arquivos consultados para a elaboração do presente texto informativo, que o Bigfoot americano, assim como toda espécie de Bigfoot que estamos habituados a encontrar diariamente pelas ruas, tem a habilidade de aumentar sua pegada fagocitando os pés de suas presas; mas o mais curioso é que, diferente do Bigfoot de tipo Cubensis, cuja cabeça aumenta tal como os pés, o American precisa dobrar o número de cabeças, a cada vítima absorvida, para manter o comando distinto de todos os braços e mãos dos seres que passam a lhe compor o organismo. Foi a partir daí que se chegou à hipótese plausível de que seria um desses o responsável pela união da banda toda. Um desdobramento natural, uma vez que fomos levados a crer de fato se tratar de um legítimo American Bigfoot, foi atribuir-lhe um nome completo. Uma solução interessante pareceu aquela de “dobrar o rato”, como se diz na gíria, pois seu jeito usual de dobrar o número de cabeças não poderia ser, obviamente, do mesmo tipo que o do Sapiens Sapiens, mas nos pareceu mais preciso chamá-lo Mouse Mouse. E, por fim, após intenso trabalho coletivo de exegese dos arquivos de referência, Joe foi o meio carinhoso pelo qual o grupo decidiu singularizá-lo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma observação não pode deixar aqui de ser feita: é que, apesar da explosão, dizem que Sandro, Gabriel, Pedro, Robson e Löis seguem bem de saúde, cantando, tocando. E as sequelas nem são notáveis em circunstâncias habituais... </div>
<div style="text-align: justify;">
_________________</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
Clique nos links para <a href="http://www.youtube.com/watch?v=yxNX92FXOYk" target="_blank">ver</a>, <a href="http://cloudchapel.bandcamp.com/album/intensos-animais-impercept-veis" target="_blank">ouvir</a>, <a href="http://www.cloudchapel.com/pt/download.php" target="_blank">baixar</a>, <a href="https://www.facebook.com/digitalamerindio" target="_blank">acompanhar as novidades</a> e conhecer <a href="http://ritmoesubjetividade.blogspot.com.br/2013/05/digital-amerindio-american-bigfoot.html" target="_blank">outra versão dessa história</a>! </div>
</div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-62717666066441126822013-05-02T16:20:00.001-03:002014-04-19T17:30:30.748-03:00O que é Digital Ameríndio & (American Bigfoot) Mouse Mouse Joe?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhV_xGW99XGtgYk34ukYKrfy50Igxlnl9L0v8SgaAwqD2O3vC6OkX3ynyCkSi8sUxTxJtTePfonfG1tUNhJGdoT3I3cQ8W5cOsjrzwk2cGBPokMOicV9qs0O_1c5vAJtv-t6EnCbcRyFes/s1600/Digital+Amerindio_Psy+(3a).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhV_xGW99XGtgYk34ukYKrfy50Igxlnl9L0v8SgaAwqD2O3vC6OkX3ynyCkSi8sUxTxJtTePfonfG1tUNhJGdoT3I3cQ8W5cOsjrzwk2cGBPokMOicV9qs0O_1c5vAJtv-t6EnCbcRyFes/s400/Digital+Amerindio_Psy+(3a).jpg" height="260" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.6cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #cfe2f3; font-family: inherit;">Digital
Ameríndio & (<i>American
Bigfoot</i>)
Mouse Mouse Joe é
o nome de um dispositivo gerador de modulação sonora, produzido no
encontro entre minha voz, minha guitarra, o baixo e a voz de
Löis Lancaster, a guitarra e a voz de Pedro Bonifrate, a bateria de Robson
Riva e o teclado de Gabriel Ares.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.6cm; margin-bottom: 0cm; text-indent: 0px;">
<span style="color: #cfe2f3; font-family: inherit;"><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">Em
1999, gravei </span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>a
incomensurável piração psicodélica, degenerativa, transgênica e
generalizada do bizarro mundo mágico de orleans e braguilhas</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">,
lançado originalmente em k7, como álbum de estreia de </span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>Digital
Ameríndio</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">. No
mesmo ano, passei a integrar o </span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>Vibrosensores</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">,
onde conheci Löis Lancaster, com quem participei também do </span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>Teatro
Líquido</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">,
do </span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>Século</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">
e do </span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>Z1bi
do Mato</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">.
Toquei guitarra e bateria na </span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>Filme</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">,
onde conheci Gabriel. É desde essa época que conheço Robson Riva – baterista de diversos grupos, como </span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>Kongo,
Big Trep, Lobão</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">,</span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>
BNegão & Seletores de Frequência</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">,
</span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>Comanches</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">,
</span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>Telefunkers
</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">etc.
Em 2007, passei a gravar minhas composições no PC e lancei</span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"> o EP </span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>muito
tarde</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">. Em 2008, veio outro álbum
independente, tão pop quanto experimental </span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>,
mas qual?</i></span><span style="text-indent: 47.24409484863281px;">.</span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"> No mesmo ano, virei baterista do </span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>Supercordas</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">,
do qual participam também Pedro Bonifrate e Gabriel Ares.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 0.6cm; margin-bottom: 0cm; text-indent: 0px;">
<span style="color: #cfe2f3; font-family: inherit;"><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">No
início de 2012, convidei Löis, Gabriel, Pedro e Robson –
pra montar uma banda. E assim surgiu </span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">Digital
Ameríndio & (</span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i>American
Bigfoot</i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">)
Mouse Mouse Joe.</span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">
De um ano para cá, tocamos no Grito Rock (Lira de Ouro –
Caxias), na Festa Dínamo (Espaço Multifoco – Lapa), na Sinuca
Tico-Taco (Lapa), no Espaço Sérgio Porto (Humaitá) e na Audio
Rebel (Botafogo). Em janeiro, lançamos na internet nosso primeiro <a href="http://ritmoesubjetividade.blogspot.com.br/2013/04/recriando-o-principio-criador-das.html" target="_blank">clipe</a>, com fotografia minha e da Tay Nascimento e edição minha. Lançamos, em 1 de maio de 2013, pelo selo <a href="http://www.cloudchapel.com/pt/blog.php" target="_blank">Cloud Chapel</a>, o
álbum digital </span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;"><i><a href="http://ritmoesubjetividade.blogspot.com.br/2013/05/intensos-animais-imperceptiveis.html" target="_blank">intensos animais imperceptíveis</a></i></span><span style="line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">,
com produção musical de Bryan Holmes, parceiras e colaborações de
músicos diversos. Mas dizer isso é ainda dizer pouco. Conheça <a href="http://ritmoesubjetividade.blogspot.com.br/2013/05/a-verdadeira-historia-de-digital.html" target="_blank">a verdadeira história de </a></span></span><a href="http://ritmoesubjetividade.blogspot.com.br/2013/05/a-verdadeira-historia-de-digital.html" target="_blank"><span style="color: #cfe2f3; line-height: 0.6cm;">Digital Ameríndio & (</span><i style="color: #cfe2f3; line-height: 0.6cm;">American Bigfoot</i><span style="color: #cfe2f3; line-height: 0.6cm;">) Mouse Mouse Joe</span></a><span style="color: #cfe2f3; font-family: inherit; line-height: 0.6cm; text-indent: 1.25cm;">.</span></div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-44502838344867832672013-05-01T16:20:00.000-03:002013-05-03T12:07:05.229-03:00...intensos animais imperceptíveis...<br />
<div style="text-align: center;">
<img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGehlicsRksrCKtRWBiDi_6TQhHxDid0YHrkVhm1kdXa2MkB0YBjfb9OpUJ8U3oI0udsHqGTn4moihyphenhyphenwlG7qsKESQvjK6_IWLtwdX-xNLI484IOabAHUZN3jszTOoTxZTYEug1yadu3Ns/s400/teste+capa+1+linha.jpg" width="400" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, feriado do Dia do Trabalho, estamos lançando, às 16:20, pelo selo Cloud Chapel, o <i>intensos animais imperceptíveis</i>, álbum de estreia de <a href="http://ritmoesubjetividade.blogspot.com.br/2013/05/digital-amerindio-american-bigfoot.html" target="_blank">Digital Ameríndio & (<i>American Bigfoot</i>) Mouse Mouse Joe</a>, quinteto carioca, formado em 2012, por mim, na voz e guitarra, Löis Lancaster, no baixo e voz, Pedro Bonifrate, na guitarra e voz, Robson Riva, na bateria, e Gabriel Ares, no teclado.</div>
<div style="text-align: justify;">
O álbum traz dez canções, compostas por mim, sobre potências perturbadoras na música e na vida. Acho que são perturbações potentes, pois nelas o humano também cria o mundo que o cria, em um processo de circularidade espiral. E essa circularidade é dita espiral, pois o centro desse círculo está sempre saindo de si e arrastando a forma humana numa involução animal, rumo ao imperceptível, ou numa pura translação intensa de devires – devir intenso, devir animal, devir imperceptível... A proposta estética é tornar audível a diluição de si nesse tempo musical, através de acoplamentos moleculares que ocorrem entre as flutuações sonoras variáveis dos fluxos cósmicos e as ondulações fractais centrífugas que arrastam o humano para fora de seus territórios habituais.</div>
<div style="text-align: justify;">
O que move afetivamente as canções são buscas pelo esquecimento. Mas a escuta atenta talvez faça ouvir também outro fio condutor: as aventuras e desventuras de um ser humano fora de si, ao notar-se como uma espécie de marionete, estrelando uma sinistra tragicomédia existencialista, tensamente apimentada pela procura incessante de alguma panaceia que liberte o pensamento de formas memoriais e identitárias. Devir é mudança, não identidade. </div>
<div style="text-align: justify;">
É assim que Digital Ameríndio & (<i>American Bigfoot</i>) Mouse Mouse Joe tentam arrastar seus ouvintes pra fora da razão, criando sonoridades que entram em contato local e temporário com estranhas lembranças involuntárias emergentes na experimentação da escuta. Tentamos fazer música pra esculhambar consensos e, em meio às tentativas de esquecimento, produzir cortes, cesuras, fissuras em toda identidade. Música pra embalar vários tipos de loucura, perturbando sentidos habituais, pelo contato com este fora da razão onde blocos sonoros de devir se agitam em sua dignidade de coisas vivas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<i> intensos animais imperceptíveis</i> é parte da <a href="http://ritmoesubjetividade.blogspot.com.br/2013/05/a-verdadeira-historia-de-digital.html" target="_blank">verdadeira história de Digital Ameríndio & (<i>American Bigfoot</i>) Mouse Mouse Joe</a>. E esses devires não se tornariam audíveis com tamanha consistência sem a potência das instâncias coletivas que, no álbum, se singularizam na produção musical de Bryan Holmes, no lançamento e distribuição pela Cloud Chapel Records e na parceria com os Chinese Cookie Poets em uma das faixas, tanto quanto na participação, em outras tantas faixas, da guitarra e voz de Bryan Holmes, assim como das vozes irresistíveis de Doriana Mendes, Barbara Kahane e Lucia Santalices.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<a href="http://www.cloudchapel.com/pt/blog.php" style="text-align: center;" target="_blank">Para ouvir e baixar</a></div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-4867943151082855362013-04-30T16:20:00.000-03:002014-05-21T13:18:28.676-03:00Recriando o princípio criador das coisas criadas (videoclipe)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/yxNX92FXOYk?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eis o primeiro clipe de <a href="http://ritmoesubjetividade.blogspot.com.br/2013/05/a-verdadeira-historia-de-digital.html" target="_blank">Digital Ameríndo & (<i>American Bigfoot</i>) Mouse Mouse Joe</a>, postado no youtube e no <a href="http://vimeo.com/57721987" target="_blank">vimeo</a> em janeiro de 2013!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A fotografia do clipe é minha e da Tay Nascimento. A edição é minha.</div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-78400940368848066712012-09-14T13:29:00.000-03:002012-09-14T18:19:39.178-03:00A experiência do cuidado de si<div align="CENTER" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><b>a
clínica entre o cuidado do tempo e o tempo do cuidado</b></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="RIGHT" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4cm;">
<span style="font-size: x-small;"><i>Cuidar de si em meio a este mundo que se apresenta parece nos
levar a estabelecer relações mais saudáveis entre cuidado e tempo,
para sairmos de uma urgência que nos leva a um consumismo vazio de
desejo (porque cheio demais de “carências” e “vontades” e
“compulsões”), que por sua vez nos retorna à urgência,
trazendo relações de sofrimento.</i></span></div>
<div align="RIGHT" class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4cm;">
<span style="font-size: x-small;">
(Fernanda Ratto de Lima)</span></div>
<div align="RIGHT" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">
Há uns três metros de distância, o livro parece dos que tratam de
videoarte, cultura ciberpunk, bioética ou coisa parecida. Um passo à
frente e o livro começa a parecer, devido aos logotipos e
diagramação da Eduff, algum tipo de publicação sobre questões
jurídicas ligadas às experiências com seres vivos; bioética
novamente... Me aproximo mais do livro e já consigo ler o título <i>A
experiência do cuidado de si</i><span style="font-style: normal;">. O
título, somado à impressão imediatamente anterior, é bastante
sugestivo, parecendo, em um primeiro relance, dizer respeito à
abertura ao público de documentos referentes a alguma experiência
secreta do governo envolvendo fetos isolados em tanques com luz neon
ou coisa parecida. É ainda no meio dessa viagem de biopoder que me
recordo da noção de cuidado de si como uma noção foucaultiana e
penso: “é claro que se trata de um estudo da noção de cuidado de
si em Foucault”. Ou será que não?! O que ela estaria querendo
dizer com “experiência”? E mais: qual a função do artigo
definido com o qual o título do livro se inicia? “A”
experiência, mas qual?! Seria para falar de um “em si” da
experiência? Antes de ficar nítido o nome da Fernanda Ratto de
Lima, em itálico, no canto superior da capa, lemos o subtítulo: </span><i>a
clínica entre o cuidado do tempo e o tempo do cuidado</i><span style="font-style: normal;">.
O que o livro nos conta é de </span><i>uma</i><span style="font-style: normal;">
experiência de cuidado de si. Ou de várias; várias em uma, várias em várias, uma
qualquer em outra qualquer. Uma experiência qualquer, uma experiência comum – não
porque arbitrária, banal ou insignificante, e sim porque pode
produzir um aumento no grau de abertura comunicacional, pode ampliar
as bases para a intensificação de um plano comum. Aos poucos, e de modo circular, começam a ficar nítidos alguns detalhes de uma oficina de mosaico enquanto experiência clínica e de uma clínica
enquanto experiência de mosaico. Os CAPS, o
dispositivo do Acompanhamento Terapêutico, a experiência do cuidado
de quem cuida, um plano pessoal e um plano coletivo operando simultaneamente, dois planos que não passam de um mesmo plano... As questões paradoxais
evocadas pelo subtítulo, dizem respeito, a meu ver, à indissociabilidade entre clínica
e política que se evidencia, por exemplo, </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">quando me
aproximo um pouco mais do livro,</span></span></span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;"> destaco um trecho</span></span> na página 164 e o utilizo acima como epígrafe.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-style: normal;"><span class="fbPhotosPhotoCaption" id="fbPhotoSnowliftCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption"><span style="font-size: x-small;">"A experiência do cuidado de si - a clínica entre o cuidado do tempo e o tempo do cuidado" (Editora da UFF, R$30,00)<br /> Autora: Fernanda Ratto de Lima</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-style: normal;"><span class="fbPhotosPhotoCaption" id="fbPhotoSnowliftCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption"><span style="font-size: x-small;"><br /></span> <br /> <span style="font-size: large;">Lançamento: 19/09/12, 17h30, Livraria Travessa 1 (Travessa do Ouvidor 17, Centro, Rio de Janeiro)</span> <br /> </span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-style: normal;"><span class="fbPhotosPhotoCaption" id="fbPhotoSnowliftCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption">Mais informações: <br /> <a href="http://migre.me/aDSTg" rel="nofollow nofollow" target="_blank">http://migre.me/aDSTg</a></span></span> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfsBBuAKd8l0lZ6pElfO1zWrQg3SnXs5krYOT32Ar-iq53Cy4sL-K_seXqJZzfmrHVw2xUtb5jMldUJYuvo-a0H_biH8Ec1AfueYIhLlthE4w-FBDdIklXvjrCjeHlCxAJqNcTHSPi2j0/s1600/livrocapa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfsBBuAKd8l0lZ6pElfO1zWrQg3SnXs5krYOT32Ar-iq53Cy4sL-K_seXqJZzfmrHVw2xUtb5jMldUJYuvo-a0H_biH8Ec1AfueYIhLlthE4w-FBDdIklXvjrCjeHlCxAJqNcTHSPi2j0/s320/livrocapa.jpg" width="223" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
</div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-17922308181449542752011-12-28T16:01:00.004-02:002011-12-28T16:10:12.648-02:00Ritmo e subjetividade (teaser)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/bpoEf1Y59gE?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">As imagens utilizadas neste vídeo f</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">oram feitas no Aterro do Flamengo (RJ), em 8 de setembro de 2011, com uma câmera Kodak Zx3, e </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">fazem parte de um trabalho audiovisual (ainda em fase de edição), produzido e dirigido por Pablopablo.</span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ritmo e subjetividade (teaser)</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Direção e fotografia: Pablopablo</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Edição de vídeo: Sandro Rodrigues</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">------------------------------------------------------------------------------</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O livro Ritmo e subjetividade encontra-se disponível no plano B (Lapa-RJ), na Art Rebel (Botafogo - RJ) e no próprio site da<span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"> <a href="http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja.php">editora</a>.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 18px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 18px;">"super atraente e estimulante" (Zé Miguel Wisnik)</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 18px;"><br />
</span></div>Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-83028575117609960462011-09-14T13:02:00.000-03:002011-09-14T13:52:39.047-03:00Shows no lançamento do livro Ritmo e subjetividade: o tempo não pulsado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEXlXJrYQ7wcuduv7_emPo4HqpjXeqTQP8OmIoNINGx-W399c2FsM1UxX-WflCBC5Hh4DtfSZ8lM54-ialv0zYR0XfXdsC7qqR5AB1bjbjRBV_qe4BcIMmoosB3QVI-H6oX564yfPoUOs/s1600/convite-ritmoesubjetividade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEXlXJrYQ7wcuduv7_emPo4HqpjXeqTQP8OmIoNINGx-W399c2FsM1UxX-WflCBC5Hh4DtfSZ8lM54-ialv0zYR0XfXdsC7qqR5AB1bjbjRBV_qe4BcIMmoosB3QVI-H6oX564yfPoUOs/s400/convite-ritmoesubjetividade.jpg" width="400" /></a></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: center;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Na próxima sexta, dia 16 de setembro, das 18 às 21h, vai ocorrer o evento de lançamento do meu livro <i>Ritmo e subjetividade: o tempo não pulsado</i>, no Espaço Multifoco (Av. Mem de Sá, 126 - Lapa. Rio de Janeiro/RJ</span><span style="font-size: small;">).</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">O preço de venda nas livrarias e no site da Editora Multifoco é R$38,00, mas no dia do lançamento ele será vendido a R$30,00 em dinheiro (ou R$34,00 nos cartões de crédito e débito). E ainda vão rolar dois mini-shows de graça: <i>Terrorism in Tundra</i> (Sandro Rodrigues na bateria, Filipe Giraknob na guitarra e Alexander Zhemchuzhnikov no sax) e <i>Chinese Cookie Poets </i>(Renato Godoy na bateria, Marcos Campello na guitarra e Felipe Zenícola no baixo)</span><span style="font-size: small;">. Os <span class="text_exposed_show">shows começam pontualmente às 19h e terminam pontualmente às 20h. </span></span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span class="text_exposed_show">E então?! Nos vemos lá?<br />
Beijos e vinhos!<br />
<br />
Sobre o livro (do prefácio "Afinidades eletivas entre ritmo e subjetividade", de Eduardo Passos):<br />
<br />
O livro Ritmo e Subjetividade de Sandro Eduardo Rodrigues nos lança em um campo problemático onde se entrecruzam os estudos da subjetividade e da música. A pesquisa transdisciplinar criou seu problema no limite entre a investigação do ritmo na linguagem musical e na produção de subjetividade. Entre estes domínios da pesquisa, um tema comum os entrelaça: a experiência do tempo – tempo musical, tempo do processo de subjetivação – e em cada um deles havendo que se distinguir ritmos, frequências da duração, temporalidades pulsadas e não pulsadas, tempos lisos e estriados, formas rítmicas e ritmos amorfos, Cronos e Aion como figuras míticas do tempo que dão a inflexão a cada uma das diferentes experiências. Tais distinções feitas à base de um meticuloso trabalho de artesanato conceitual lançam o texto por experimentações vividas como afinidades eletivas. Dentre estas, sem dúvida, o pensamento de Deleuze e Guattari percorre o texto de Sandro como um fio de inspiração metodológica, como um leitmotive que dá unidade à composição sem a fechar na forma orgânica que poderia ter um livro.</span></span><br />
<br />
<span class="text_exposed_show">Notícia da tramavirtual sobre o lançamento: <a href="http://bit.ly/RitSubj" rel="nofollow nofollow" target="_blank">http://bit.ly/RitSubj</a></span><span style="font-size: small;"><span class="text_exposed_show"> </span></span></div>Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-5761086915364763852011-09-11T05:31:00.001-03:002014-06-20T21:18:47.339-03:00Os 100 metrônomos de Ligeti e as 100 linguagens das crianças<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/-mUv705xj3U?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe><br />
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1962, o músico húngaro Györgi Ligeti (1923-2006) montou um mecanismo para apresentar seu <i>Poema sinfônico para 100 metrônomos</i>. Consistia numa espécie de brinquedo que liberava em seqüência 100 metrônomos regulados em velocidades distintas e posicionados de modo tal que os cliques começassem e terminassem em momentos distintos. O efeito resultante é o de uma sobreposição de camadas de ritmicidade móveis que dão aos ouvidos a sensação de certo desfolhamento temporal. É curioso que o compositor tenha buscado arrancar esse tipo de efeito justo de uma combinatória de repetições tão monótonas quanto só a pulsação redundante dos cliques de metrônomo pode soar: ‘tic, tic, tic, tic, tic, tic, tic...’. Acontece que mesmo quando se repete uma matéria sonora tão idêntica a si própria quanto o clique de um metrônomo (assim como de cronômetros, relógios etc), a contemplação desta repetição já implica a produção de uma mudança subjetiva. E que mudança é essa?<br />
Em Diferença e Repetição, o filósofo Gilles Deleuze (1925-1995) nos propõe pensarmos as sínteses passivas do tempo. A primeira é a fundação do presente que passa, na fusão dos instantes independentes do passado e do futuro: trata-se de uma síntese passiva, pois mesmo quando ouvimos repetições de elementos semelhantes, tendemos a reuni-las, agrupá-las em pequenas células rítmicas, independente de termos consciência de fazê-lo. Tal como ocorre na percepção das durações de presença da música indiana, esta primeira síntese do tempo é uma síntese entre durações heterócronas; é uma síntese de diversas durações que sentimos no presente vivido. Mas mesmo nossos hábitos já são vividos sob intervenção da memória - o que Deleuze chama de segunda síntese do tempo. A memória é o fundamento do tempo, o que faz com que o presente passe, o que funde o presente vivido com o passado. O passado fundamenta o ser, pois só o passado ‘é’. Mas enquanto estamos sendo e deixando de ser, ao mesmo tempo, enquanto estamos sentindo as mudanças sem encontrarmos pontos de referência, o que podemos dizer? Trata-se, no caso, de uma terceira síntese do tempo, da afirmação do futuro, da mudança, do eterno retorno da diferença. E como uma tal síntese se torna audível?<br />
A emergência dessa temporalidade sem fundamento na superfície da linguagem musical é algo que remete a uma inversão no modo de abordar o tempo, tal como aquela que, conforme Deleuze propõe em Lógica do Sentido, foi produzida pelo estoicismo antigo. Para os estóicos, só os corpos existem, o mundo é um mundo de corpos (e mesmo a alma e as palavras, por exemplo, são corpos) misturados no espaço. E os corpos são causas uns para os outros. Mas causas de quê? De efeitos incorporais. Ou seja, efeitos de uma outra natureza, incorpóreos, distintos dos corpos, mas que só subsistem por intermédio deles. Como diz Deleuze, os estóicos promoveram uma reversão do platonismo por terem sugerido como o devir dos corpos, verdadeiro devir-louco em que os corpos se encontram misturados, poderia ser expresso na linguagem. A linguagem teria o papel de dizer o instante: ‘a árvore verdeja’, ‘Alice crescendo’, 'Alice diminuindo'. Mas o que ali se constata é uma transformação incorporal, uma inversão da causalidade, um privilégio aos efeitos da linguagem.<br />
Ligeti promove uma invenção musical a partir da repetição obstinada dos equipamentos mais simples e irritantes para os ouvidos do músico: os metrônomos. A repetição do material põe em evidência os efeitos subjetivos que daí emergem. Quando pensamos em termos da produção de subjetividade, consideramos que o material repetido pode ser extraído de quaisquer tipos de fragmentos, não havendo hierarquia a priori. O material pode ser extraído de gestos simples como o cantarolar de uma criança. Pois enquanto a criança repete o cantarolar, produz-se um efeito de subjetivação que se expressa, por exemplo, pela produção de uma espécie de fio condutor em meio ao caos imaginário, pela tentativa de organização de um espaço interior.<br />
Este paradoxo presente na repetição ligetiana dos 100 metrônomos não diz respeito apenas ao campo do sonoro, à questão do ritmo musical, mas tem lugar também na produção de um sem-número de modos de expressão. Pois cada gesto, ao ser repetido, pode se deslocar para um plano onde adquire certa consistência estética que permite a proliferação de inúmeros sentidos que não conseguem se esgotar em impulsos motores. Efeitos de linguagem emergem de inúmeras maneiras, como efeitos óticos, sonoros, visuais; efeitos de bifurcação do sentido, de mudança, suspensão do sentido, de produção de paradoxos; e a produção da subjetividade é efeito das sínteses do tempo. É a temporalidade que habita a linguagem e a vida, em sua dimensão de criação.<br />
Alguns educadores italianos e americanos contemporâneos dizem que as crianças têm 100 linguagens. Ou tantas quantas nossos temperamentos nos permitam distinguir. Mas como ouvimos o que elas podem ter a nos ensinar sobre música e vida? Não será necessário um devir-criança da linguagem, para que se aumente o grau de abertura comunicacional entre o discurso lógico-verbal hegemônico e as n-linguagens minoritárias que afirma, por exemplo, a criança? E sem identificar criança aqui com um ser da ‘criança’, mas com este habitar a linguagem como uma criança, nesta dimensão pré-verbal, ou assignificante, por onde inúmeros novos sentidos podem proliferar.<br />
Pois, como o exemplo de Ligeti torna audível, novos sentidos podem emergir a partir da repetição de pequenos fragmentos sem-sentido, ou descolados de seu sentido usual, abrindo assim novas regiões de contato com potências germinantes presentes na linguagem musical e na vida. Não é uma questão de regredir à infância, mas de mudar a percepção, intensificando a coexistência de diversas camadas temporais simultâneas, fazendo coexistir, por exemplo, o velho do passado com a criança do futuro. Mas como? Tem um bocado de gente trabalhando nisso há bastante tempo (e ainda dizem por aí que os músicos não crescem nunca)...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
(ensaio escrito para a Revista Machado, inspirado nas pesquisas do mestrado e em uma experiência prática de oficina com profissionais da rede pública de educação do município de Niterói, que realizei na Creche UFF, em 2009, com Cristiane Knijnik e Eduardo Passos)</div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-57114739829781024442011-06-21T09:10:00.025-03:002012-09-17T00:25:38.090-03:00Transeuntes e ilícitas<br />
<div style="text-align: justify;">
a bardofissura das
transeuntes era inconteste. alguém gritava "os ilícitas!! chamem os
ilícitas!!!" as transeuntes e os ilícitas vivem constantes
microconflitos. não é mais tão fácil hoje em dia a convivência entre
pessoas em transe constante e pessoas comprometidas politicamente em
promover o confronto com a lei... ah, bons tempos foram aqueles... "isso
aqui está fora do controle!!", anuncia um agente de notícias pelo <i>síntese</i>.
as transeuntes em polvorosa lançavam à multidão extratos de juazeiro
enquanto os ilícitas faziam suas campanhas pelo livre consumo de itens
há muito proibidos, como os obsoletos beijos e vinhos. faz tempo que não
se decide mesmo nada por aqui... mas para recuperar o ultrapassado
costume da citação - e tanto faz que me acusem de saudosismo por isso -
gostaria de lembrar que, segundo john lennon da silva neto (2072), a
pós-contemporaneidade foi herança direta do "penso, logo hesito",
cogito da espera que já se apresentava consideravelmente desenvolvido em
henri bergson (1859-1941), embora de modo um tanto quanto sibilino,
diga-se de passagem... enfim, é que houve um tempo, antes daquela
terceira redenção divina por todos os pecados cometidos por adão e erva
embaixo da goiabeira... mas, enfim, era um tempo em que ler livros,
escrever livros, livros sobre livros como borges, livros sobre queimas
de livros como bradbury, tudo isso fazia parte do cotidiano... o
aprendizado de qualquer coisa era absurdamente lento... a gente
precisava digerir bastante; e quando engolia rápido como essas pílulas,
descia atravessado, causando seríssimas indigestões... a tal ponto
disso causar certa tristeza nos mais afoitos, nos mais ansiosos, que
acabavam então sofrendo de defasagem, praga do século XXI... mas o
delay era também uma arma de guerra. os latentes aprenderam a utilizá-lo
a seu modo e a repetição sequenciada e cadenciada de rastros
fragmentários de ondas elásticas de pressão parecia começar a expressar
enfim um afeto longo e retardado que aos poucos ia se perdendo endo ndo
nd... nada melhor então para dar constância ao transe ilícito que
algum tipo de poiesis experimental no sonoro: eventos analógicos,
desvios acústicos, acontecimentos digitais, passagens valvuladas,
linhas transistorizadas... chocaria muito os ouvidos de uma daquelas
pessoas do século XXI esta nossa divisão social em transeuntes e
ilícitas... eles provavelmente reduziriam tudo à questão do masculino e
feminino: <i>porquê "os" ilícitas? porquê "as" transeuntes?</i> isso ainda era um problemão na época... felizmente, hoje em dia foi tudo superado. ou não.</div>
<span class="UIActionLinks UIActionLinks_bottom" data-ft="{"type":"20"}"><button class="like_link stat_elem as_link" data-ft="{"type":22}" name="like" title="J’aime" type="submit"><span class="default_message"></span></button></span>Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-21073372170585298392011-05-30T18:14:00.009-03:002013-01-05T08:18:51.577-02:00Gestão Autônoma da Medicação (GAM)<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="375" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" src="http://player.vimeo.com/video/24418735" webkitallowfullscreen="webkitallowfullscreen" width="500"></iframe> <a href="http://vimeo.com/24418735">Gestão Autônoma da Medicação - GAM (pt. 01)</a> from <a href="http://vimeo.com/digitalamerindio">Sandro Rodrigues</a> on <a href="http://vimeo.com/">Vimeo</a>.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em 14 de maio de 2011, participei do 7º Conpsi (Congresso Norte Nordeste de Psicologia), coordenando a mesa-redonda <i>Ações e Práticas Cidadãs em Saúde Mental</i>, sobre a Gestão Autônoma da Medicação, pesquisa de que venho participando no doutorado (UFF).<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Trata-se de uma pesquisa multicêntrica (CNPq), envolvendo a UFF (Universidade Federal Fluminense), a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e a Unicamp (Universidade de Campinas), em uma parceria com a Université de Montréal realizada sob chancela da <a href="http://web.hec.ca/aruc/">ARUC</a> (Alliance de Recherche Universités-Communautés).</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Eis a primeira parte da mesa, em que apresento um resumo do trajeto das pesquisas GAM, do Canadá nos anos 1990 até o momento atual da pesquisa no Brasil. A segunda parte, que conta com a apresentação de dois trabalhos pela Cecília Marques (UFRGS/Unicamp), se encontra no link a seguir: http://vimeo.com/25786691. Em breve disponibilizo também a terceira, com a participação de Jorge Melo, pesquisador-colaborador (UFF).</div>
Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-51161254318401685282011-04-13T19:09:00.000-03:002011-04-13T19:09:42.793-03:00boo-zoom<div style="text-align: justify;">(OBS.: Ao final, se der tempo, escrever uma introdução)</div><div style="text-align: justify;">(OBS.2: não deu) e é por conta desta descontinuidade que já não pretendo mais insistir neste lance de tentar escrever. Não só por isso, mas também por certa incapacidade de manter o foco dentro deste veículo chacoalhante. Ela (, mas quem?) disse que eu ia acabar tendo um descolamento da retina que nem o namorado dela teve se eu continuasse com essa mania, mas mal sabia que em meu trajeto o que aguardava era uma porra de uma tendinite infernal, sorrateira e caleidoscópica. (Ah, santo engarrafamento!!! Muito obrigado!! Me dá agora só uns seis ou sete minutos que eu desenvolvo e concluo) TRIMMMMMMM!!! TRIMMMMMM!!! (porra de celular chato) TRIMMMMM!!! (parece telefone antigo) TRIMMMMMMM!!! (putz, não vão atender não?) TRIMMMMM!! (é o meu!! que bizarro... solta! solta! solta, bolso maldito!) Alô, mãe? ,,,, O quê? ,,,,, Não, nada... ,, Nada, mãe... ,,,,,, Naaaaada, mãe. Parada minha aqui, relaxa... ,,,, Fala! ,,, Fala, mãe!!! O quê que você quer? ,,,, Ah, agora tanto faz, pode falaaaaaaaai!!! (pro cara de mochila:) Porra, maluco, não tá me vendo aqui não?! </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">(não continua)</div>Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-88908768118611050882010-12-26T00:52:00.000-02:002010-12-26T00:52:00.825-02:00Coletânea Considerações Destemperadas - vol. 1<div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">OBS.: TODAS AS CONSIDERAÇÕES ABAIXO FORAM POSTADAS ORIGINALMENTE NO FACEBOOK</span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">Putz, e agora?! Roubaram minha generosidade, minha cordialidade, meu traquejo e minha paciência. E ainda por cima botaram alguma coisa que causa paranóia na minha água sem que eu visse. Ainda não descobri quem foi; só sei que isso não se faz... puta falta de sacanagem... (</span><span class="Apple-style-span" style="color: #999999; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px;"><abbr data-date="Sat, 11 Dec 2010 12:31:11 -0800" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: none; border-bottom-width: initial; color: #999999; cursor: pointer; text-decoration: none;" title="sábado, 11 de dezembro de 2010 às 18:31"><a href="http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=130523120340528&id=1265274981" style="color: #999999; cursor: pointer; text-decoration: none;">11 de dezembro às 18:31</a></abbr></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">)</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">Puxando meu próprio tapete pra trás, caí pra frente. Com as mãos ocupadas, quebrei a cara. S'eu pegava o responsável por isso partia em dois... (<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #999999; line-height: normal;"><a href="http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=114152491988527&id=1265274981" style="color: #999999; cursor: pointer; text-decoration: none;"><abbr data-date="Sat, 11 Dec 2010 13:06:28 -0800" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: none; border-bottom-width: initial;" title="sábado, 11 de dezembro de 2010 às 19:06">11 de dezembro às 19:06</abbr></a></span>)</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">Estou tendo uma overdose de abstinência... </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">(</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #999999; line-height: normal;"><a href="http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=130432600351542&id=1265274981" style="color: #999999; cursor: pointer; text-decoration: none;"><abbr data-date="Sat, 11 Dec 2010 14:35:30 -0800" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: none; border-bottom-width: initial;" title="sábado, 11 de dezembro de 2010 às 20:35">11 de dezembro às 20:35</abbr></a></span>)</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">Tá quase tudo meio mais ou menos demais. Se equilibrar, enjoa... </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">(</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #999999; line-height: normal;"><a href="http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=118034134928805&id=1265274981" style="color: #999999; cursor: pointer; text-decoration: none;"><abbr data-date="Sat, 11 Dec 2010 14:37:02 -0800" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: none; border-bottom-width: initial;" title="sábado, 11 de dezembro de 2010 às 20:37">11 de dezembro às 20:37</abbr></a></span>)</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">Mas o que é que causa perda de memória mesmo, hein?! </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">(</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #999999; line-height: normal;"><a href="http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=171490076217323&id=1265274981" style="color: #999999; cursor: pointer; text-decoration: none;"><abbr data-date="Sun, 12 Dec 2010 11:07:20 -0800" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: none; border-bottom-width: initial;" title="domingo, 12 de dezembro de 2010 às 17:07">12 de dezembro às 17:07</abbr></a></span>)</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">- Colé, maluco?! Tá falando sozinho de novo?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">- Humpf! E tu?! Por acaso tu sabe com quem tu tá falando, mané? </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">(</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #999999; line-height: normal;"><a href="http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=115212001880197&id=1265274981" style="color: #999999; cursor: pointer; text-decoration: none;"><abbr data-date="Sun, 12 Dec 2010 11:10:39 -0800" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: none; border-bottom-width: initial;" title="domingo, 12 de dezembro de 2010 às 17:10">12 de dezembro às 17:10</abbr></a></span>)</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">MORREEEEE, CACHOOOOORRO!!!!! MOOOOORRE, CÃÃÃÃOOO! </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">(</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #999999; line-height: normal;"><a href="http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=181264435217189&id=1265274981" style="color: #999999; cursor: pointer; text-decoration: none;"><abbr data-date="Sun, 12 Dec 2010 14:48:42 -0800" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: none; border-bottom-width: initial;" title="domingo, 12 de dezembro de 2010 às 20:48">12 de dezembro às 20:48</abbr></a></span>)</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">Se for pra reclamar aqui que se fala demais sobre isso é melhor nem dizer o que é. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">(</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #999999; line-height: normal;"><a href="http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=129685577090786&id=1265274981" style="color: #999999; cursor: pointer; text-decoration: none;"><abbr data-date="Sun, 12 Dec 2010 15:49:11 -0800" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: none; border-bottom-width: initial;" title="domingo, 12 de dezembro de 2010 às 21:49">12 de dezembro às 21:49</abbr></a></span>)</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">Quantas vezes eu vou ter que falar pela última vez, hein?! </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;">(</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #999999; line-height: normal;"><a href="http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=147147038670786&id=1265274981" style="color: #999999; cursor: pointer; text-decoration: none;"><abbr data-date="Sun, 12 Dec 2010 17:01:59 -0800" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: none; border-bottom-width: initial;" title="domingo, 12 de dezembro de 2010 às 23:01">12 de dezembro às 23:01</abbr></a></span>)</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px;"><br />
</span></span><br />
<br />
<div><div><div><div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 14px;"><br />
</span></span></div></div></div></div></div>Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-37649091254813273622010-09-01T10:54:00.005-03:002010-09-01T15:36:37.853-03:00Desenrolo, queimação e explosão<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial;"><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;"><br />
</span> </span></span></div><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;"><br />
</span><br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">A roda tava formada e o papo girando. Lembrei de algo que faltava e, por mero vício de linguagem, </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><i><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">bicho, estou há um ano escrevendo um livro, mas ainda não decidi o tema</span></i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">. O tempo fazia pressão sobre minha cabeça e eu me sentia apagando (</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><i><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">onde foi parar aquela bendita ideia?</span></i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">). Isso foi estranho, mas parecia que contar os planos pro seguinte da roda ajudaria o tempo a passar mais rápido, já que o charroso não voltava (</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><i><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">solta o preso, guria! Como fala! Putz...</span></i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">). Sei que é bom dizer o que se pensa, mas acontece que não estávamos mais nas primeiras rodadas e, após algumas variedades de sementes, todo aquele senso utilitarista que move a comunicação nos escritórios do centro vai pras cucuias. </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><i><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">E em quanto tempo tu acha que decide o tema da parada?</span></i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;"> O pior é que eu não sei... </span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">Ou melhor, não é bem que eu não saiba de fato, é que eu não me lembro agora o que respondi pro cara, porque foi justo naquela hora que pirei no reflexo alaranjado da brasa na matraca da guria e, </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><i><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">nossa!, bateu uma sede...</span></i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;"> O cara pirou com a minha interjeição e, sabe-se lá por que, resolveu me perguntar se eu fora instruído pelo Malandro Velho a beber água com a cabeça virada pra baixo sempre que estivesse com soluço. Achei por bem ignorá-lo, erguendo a cabeça e projetando um teatral </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><i><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">mas você fica BEM de doida, hein?!</span></i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">Ela calou e sorriu na mesma hora. O restante seria indelicado contar aqui (</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><i><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">vai que você conhece a mina</span></i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">)...</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px;"><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">* * *</span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;"><br />
</span> </div><div style="text-align: right;"><i><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;">Todos os destros estão reservados, mas tem um acento de canhôto livre</span></i><span class="Apple-style-span" style="color: #a2c4c9;"> - disse o garção.</span></div></span>Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7091013203553158697.post-77154017406728345302010-07-11T01:40:00.003-03:002010-07-12T01:10:23.992-03:00A estréia de Digital Ameríndio em F.M.<div style="text-align: justify;">Quarta-feira passada (07/07/10) rolou aquela que acredito ter sido a primeira transmissão em F.M. de uma composição de Digital Ameríndio. Na verdade foram duas:<i> tempo liso</i> e <i>87 dias numa quarta</i>. O programa, da rádio UFSCar, é o <i>Independência ou Marte</i> e as músicas foram transmitidas no programa #151, que está disponível para audição e download no <a href="http://foradoeixo.org.br/independenciaoumarte/blog/programa151-brazilian-octopus-dub-grooves-vibes-indie-pop-asteroid-bar-e-abducoes">portal fora do eixo</a>. Dentre os diversos e perolados comentários dos apresentadores sobre o trabalho, não posso deixar de destacar aqui o do <i>Jovem</i>: "Um xamanismo digital para eliminar as urucubacas do computador: um <i>pirão</i>" e o de <i>Yasmim</i>: "Maluquinhos esses cariocas, hein?". E o "carioca<b>s</b>" em questão dizia respeito também aos queridos <a href="http://www.myspace.com/lavajato">Lavajato</a> e <a href="http://www.myspace.com/novadelic">Novadelic</a>, tudo família.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuHm6etvC7c-8MZWpRACsC5BFg5ydw2wQCdg4mWYh5j4UAwCsNaUcGgffQylGr1jeVoypvj9bTaLDSbTpuHtv5ECjX0Dis8qKi3wRdRajuVGj8hW8ZxZZOlFHTNOXWRR__trmJMikRgZk/s1600/Capa+fumantes+vermelho+80.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuHm6etvC7c-8MZWpRACsC5BFg5ydw2wQCdg4mWYh5j4UAwCsNaUcGgffQylGr1jeVoypvj9bTaLDSbTpuHtv5ECjX0Dis8qKi3wRdRajuVGj8hW8ZxZZOlFHTNOXWRR__trmJMikRgZk/s320/Capa+fumantes+vermelho+80.jpg" /></a></div>Sandro Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17422550230578549021noreply@blogger.com2